
Mesmo com o avanço das redes sociais como Instagram, TikTok e YouTube, as rádios FM continuam sendo a principal fonte de informação para boa parte da população do interior de Mato Grosso do Sul. É nelas que moradores de municípios e regiões rurais ainda buscam notícias, utilidade pública e prestação de serviço com credibilidade.

Segundo o relatório Digital News Report 2025, do Instituto Reuters da Universidade de Oxford, as redes sociais ultrapassaram os meios tradicionais como principal fonte de notícias no Brasil, mas não conquistaram o mesmo grau de confiança. Apesar do grande alcance, especialistas alertam que a credibilidade permanece com os veículos tradicionais.
“As redes sociais ajudam a espalhar mensagens, mas as pessoas do interior ainda confiam mais na imprensa local do que nas redes”, afirma Antônio Alves, presidente da Associação de Mídia Comunitária de Mato Grosso do Sul (Midiacom-MS), também conhecido como Tunico.
O cenário mostra que, em municípios menores, o rádio FM segue como o canal mais próximo da realidade das pessoas, levando informação de maneira simples, direta e em linguagem acessível. Notícias sobre clima, saúde, segurança pública, transporte e eventos locais continuam sendo repassadas ao vivo, por comunicadores que conhecem e fazem parte da rotina da comunidade.
A credibilidade construída por essas emissoras ao longo dos anos é, inclusive, uma referência para campanhas oficiais de saúde, segurança e educação, que seguem apostando nas rádios para alcançar regiões onde o sinal de internet ainda é instável ou o uso de redes sociais é restrito.
Embora as redes sociais tenham democratizado o acesso à informação e criado novas formas de engajamento, especialistas destacam que elas ainda enfrentam problemas de desinformação e excesso de conteúdo sem checagem. O próprio Supremo Tribunal Federal (STF) já decidiu que plataformas digitais podem ser responsabilizadas por não retirarem conteúdos criminosos, caso sejam notificadas.
Nesse cenário, a combinação entre plataformas digitais e imprensa tradicional é apontada como o caminho mais seguro e eficaz. “As redes têm como fonte o ‘recebi no grupo da família’. Já o rádio é confiável”, resume Tunico.
O modelo de comunicação que une engajamento online com credibilidade local tem se mostrado eficiente, especialmente para quem quer alcançar públicos fora dos grandes centros urbanos. No interior do Estado, é com o rádio FM ligado que muita gente começa e termina o dia bem-informado.
