
A preocupação com o nível aquático do Rio Paraguai volta a ser pauta em Mato Grosso do Sul. Dados divulgados pela Sala de Situação do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) apontam que ontem (30), os índices nas regiões de Ladário, Porto Esperança e Porto Murtinho estavam abaixo da média histórica, mesmo superando os números dos últimos três anos.

No período de cinco dias, o rio apresentou queda média de 5 cm diários. Ademais, as chuvas em Ladário, Porto Esperança e Porto Murtinho também não acompanham os padrões históricos, agravando a situação.
Jaime Verruck, secretário da Semadesc, ressalta a urgência em ações de dragagem, sob responsabilidade federal. “A proposta do Novo PAC é destinar R$ 95 milhões para esta finalidade em três trechos entre Corumbá e Porto Murtinho, todavia, a concentração será no Tramo Norte, sendo imprescindível também atuar no Tramo Sul", alerta Verruck.
A solução pode estar no Plano Geral de Outorgas (PGO), recém-anunciado pela Antaq e pelo Ministério de Portos e Aeroportos. Este plano engloba um chamamento público para estudos do projeto da Hidrovia do Paraguai, focando, inicialmente, no segmento entre Cáceres e a foz do Rio Apa.
A possível concessão da Hidrovia Paraguai poderia impulsionar o transporte de minério de ferro e commodities agrícolas, dada sua importância histórica e capacidade de tráfego.
Entretanto, alertas recentes acendem um sinal de preocupação. Roland Klein Júnior, presidente da Adecon, informou em ofício à Infraestrutura Aquaviária do Dnit sobre a emergência na navegação do Rio Paraguai. Sem ações de dragagem, o cenário é crítico: reduções de 30% nas cargas de Porto Gregório Curvo e de 20% em Porto Murtinho. “Com o atraso nas chuvas, o Brasil corre o risco de deixar de transportar, só em minério de ferro, cerca de 600.000 toneladas até janeiro de 2024, representando perdas superiores a 60 milhões de dólares", alerta o documento da Adecon.
