
Diante da crescente pressão interna e da comoção pública causada por vídeos divulgados pelo Hamas, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, solicitou formalmente apoio da Cruz Vermelha Internacional para o envio de alimentos e assistência médica a reféns israelenses mantidos em Gaza.

A solicitação ocorre após a veiculação de imagens que mostram dois reféns visivelmente desnutridos, reforçando o apelo de familiares e da sociedade israelense por providências imediatas.
A Cruz Vermelha Internacional, por meio de nota publicada na rede social X (antigo Twitter), afirmou estar profundamente consternada com os vídeos divulgados, e reiterou o apelo por ações humanitárias.
“Esta situação terrível precisa acabar”, declarou a organização em sua postagem.
A situação dos reféns israelenses tem gerado protestos e manifestações nas ruas de Israel. A divulgação dos vídeos pelo Hamas nesta semana aumentou a pressão sobre o governo, que já vinha sendo cobrado a agir para garantir o retorno seguro dos sequestrados.
Os vídeos foram amplamente repercutidos em veículos internacionais e provocaram reações imediatas da opinião pública. O apelo à Cruz Vermelha foi uma resposta direta ao agravamento do caso, que voltou a dominar o debate político no país.
Apesar das negociações indiretas entre Israel e o Hamas, mediadas por países como Catar e Egito, os avanços para libertar os reféns têm sido lentos e intermitentes. Segundo relatos de familiares, muitos dos sequestrados estão desaparecidos desde 7 de outubro de 2023, quando o grupo extremista realizou uma ofensiva surpresa em território israelense.
O número oficial de reféns ainda mantidos em Gaza não é divulgado com precisão por razões de segurança, mas estima-se que dezenas de civis e militares israelenses estejam em poder do Hamas.
A Cruz Vermelha Internacional, ao longo dos últimos meses, tem insistido em ter acesso humanitário irrestrito aos cativos, mas enfrenta resistência das lideranças do grupo palestino. A entidade tem atuado como canal diplomático e humanitário nos casos mais graves do conflito, embora admita limitações diante do controle armado exercido pelo Hamas na região.
A repercussão das imagens divulgadas nesta semana pressiona também os aliados internacionais de Israel, que vêm pedindo mais esforços diplomáticos para evitar o agravamento da crise humanitária em Gaza.
A situação dos reféns tornou-se também um dos principais pontos de debate nas discussões do gabinete de guerra israelense, formado após o início da ofensiva contra o Hamas. Setores mais conservadores pressionam por ações militares mais contundentes, enquanto parte da sociedade civil e familiares pedem uma solução negociada com garantias de sobrevivência para os reféns.
A solicitação de Netanyahu à Cruz Vermelha representa um raro gesto de apelo público a uma organização internacional, em meio a um governo que, nas últimas semanas, vem sofrendo com críticas internas pela condução da guerra em Gaza.
