Empreendedoras de Mato Grosso do Sul estão rompendo fronteiras para levar o empreendedorismo social da região a novos espaços de aprendizagem, trocas e negócios. Uma dessas vozes é a da mirandense Denise Silva, fundadora da Bruaca Negócios Socioambientais, que integra a Missão Internacional Sebrae Delas ao Paraguai. A viagem levou 10 empresárias do estado a conhecer projetos sustentáveis e oportunidades ligadas à Rota Bioceânica.
Com apoio do Sebrae/MS, Denise visitou a Fundação Paraguai, uma das instituições mais reconhecidas na América Latina por promover educação e geração de renda como ferramentas de enfrentamento à pobreza. O destaque da missão foi a visita à Escola Agrícola Autossustentável Cerrito, onde os jovens aprendem cultivando, vendendo e gerando receita para manter a própria escola funcionando.
Instalada a cerca de 40 km de Assunção (capital do Paraguai), a instituição recebe estudantes de 14 a 17 anos de todo o país e os forma em cursos técnicos de agricultura, hotelaria e turismo. O modelo educacional alia teoria e prática com foco em autossustentação, preparando os jovens para empreender desde cedo.
Ao lado de outras empreendedoras, Denise pôde fazer contato direto com instituições paraguaias, visitar plantas industriais e participar de rodadas de negócios
Para Denise, a experiência foi transformadora. "É um modelo muito próximo da nossa realidade no Pantanal. Ver esse exemplo funcionando com jovens e comunidades tradicionais nos inspira a adaptar soluções e fortalecer ainda mais os territórios onde atuamos", afirmou.
A Bruaca, fundada por ela em Miranda, atuando com inovação social, bioeconomia, turismo de base comunitária e geração de renda para comunidades indígenas, ribeirinhas e assentadas. Ao lado de outras empreendedoras, Denise pôde fazer contato direto com instituições paraguaias, visitar plantas industriais e participar de rodadas de negócios.
A missão faz parte do programa Sebrae Delas – Desenvolvendo Empreendedoras Líderes Apaixonadas pelo Sucesso – e teve como objetivo ampliar as conexões das empresárias sul-mato-grossenses com o mercado internacional, especialmente diante da ampliação de rotas comerciais como a Rota Bioceânica, que conectará o Brasil ao Oceano Pacífico.
Mais do que novas parcerias, Denise diz que o maior ganho foi o fortalecimento do propósito. "Empreender com impacto exige técnica, mas também muita consciência emocional e cultural. Essa viagem reforçou a importância de colocar as pessoas no centro das soluções. A cultura pantaneira tem muito a ensinar, e ver isso reconhecido em outros contextos é motivador", concluiu.
