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FERROVIA

MS cobra investimentos e acelera relicitação de ferrovia estratégica para o desenvolvimento

Estado pressiona governo federal e ANTT para garantir nova concessão da Malha Oeste, após sucessivas multas e abandono da infraestrutura ferroviária

6 outubro 2025 - 18h55Da Redação
Trecho da ferrovia Malha Oeste, que liga Mairinque (SP) a Corumbá (MS), opera com velocidade reduzida e enfrenta abandono em diversos pontos.
Trecho da ferrovia Malha Oeste, que liga Mairinque (SP) a Corumbá (MS), opera com velocidade reduzida e enfrenta abandono em diversos pontos. - (Foto: Divulgação)

A situação da Malha Oeste, ferrovia que liga Mairinque (SP) a Corumbá (MS), voltou ao centro do debate sobre infraestrutura e desenvolvimento regional. A atual concessionária, Rumo Malha Oeste, acumula 74 autuações em três anos, somando R$ 7,5 milhões em multas aplicadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) por abandono de trechos, falhas de manutenção e degradação da linha férrea.

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Diante do cenário de deterioração, o Ministério dos Transportes confirmou que prepara nova modelagem de concessão da ferrovia, prevista para fevereiro de 2026, com o objetivo de reestruturar o contrato e atrair novos investimentos. O atual contrato da Rumo vence em julho do próximo ano.

O governador Eduardo Riedel (PP) afirmou ter recebido do ministro dos Transportes, Renan Filho, a garantia de que o governo federal trabalha em um novo modelo de concessão “capaz de recuperar a capacidade logística do Estado”.

A ferrovia, com 1.973 quilômetros de extensão, sofre com trechos inoperantes e velocidade reduzida. Entre Bauru (SP) e Três Lagoas (MS), os trens operam a 20 km/h, e em quatro pontos críticos o limite cai para 1 km/h, o que equivale a uma marcha lenta. Em alguns trechos, 94,5% dos dormentes estão comprometidos, segundo laudo da ANTT.

Nos últimos anos, a concessionária foi multada por retirar trilhos de Ladário, por abandono de estações e pela falta de reparos em pontos de erosão. A agência constatou ainda ocupações irregulares na faixa de domínio e falta de comunicação sobre interrupções de tráfego.

A Rumo sustenta que cumpre suas obrigações contratuais e que o segundo termo aditivo do contrato, assinado em 2021, prevê apenas “investimentos essenciais” até a relicitação. A empresa afirma estar “mantendo a operação dentro dos parâmetros legais, enquanto aguarda definição sobre o novo processo de concessão”.

A relicitação é vista como passo essencial para destravar gargalos logísticos e reduzir a dependência do transporte rodoviário em Mato Grosso do Sul, especialmente para o escoamento de grãos e minérios. A expectativa do governo é que o novo contrato atraia investimentos privados e modernize a estrutura ferroviária, hoje em estado de obsolescência.

Enquanto isso, a ANTT mantém a fiscalização sobre o ativo e reforça que o abandono atual “atenta contra a segurança operacional e a integridade dos bens públicos”. O órgão também monitora a execução das penalidades aplicadas e o cronograma de devolução da malha à União.

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