
O governo de Mato Grosso do Sul começou nesta terça-feira (19) a aplicar a “dose zero” da vacina contra o sarampo em crianças de 6 a 11 meses e 29 dias. A aplicação da nova dose preventiva segue recomendação do Ministério da Saúde e visa evitar que o vírus volte a circular no Brasil, após o crescimento de casos em países das Américas.

O início da vacinação foi anunciado em uma entrevista ao vivo com o médico Alberto Jorge Félix, pediatra da Unimed Campo Grande. A conversa foi transmitida em todo o estado por rádio e redes sociais. “O sarampo é muito contagioso. Parece uma doença simples, mas não é”, disse o especialista. “A vacina contra o sarampo é uma das mais eficazes que existem, com proteção entre 97% e 99%.”
A dose zero começou a ser aplicada nesta terça-feira, em todas as unidades de saúde dos municípios do estado. A imunização adicional será feita em todo o território de Mato Grosso do Sul, com foco nas cidades de fronteira, como Corumbá e Ladário, que têm maior risco de reintrodução do vírus por causa da proximidade com países vizinhos.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a dose zero não substitui as vacinas previstas no calendário nacional — aplicadas aos 12 e 15 meses — e não entra na contagem oficial da cobertura vacinal. Ela serve como proteção adicional para crianças mais novas, que ainda não têm o sistema imunológico completamente desenvolvido.

“O bebê ainda está formando seu sistema de defesa. Por isso, quando pega sarampo, pode ter complicações graves, como infecção no ouvido, pneumonia ou inflamação no cérebro, que pode levar à morte”, explicou o médico.
Desde o registro de casos confirmados de sarampo na Bolívia neste ano, o governo de Mato Grosso do Sul tem feito bloqueios vacinais e campanhas de conscientização, com apoio do Ministério da Saúde e das prefeituras. Nas regiões de fronteira, como Corumbá e Ladário, as ações foram intensificadas.
Na última sexta-feira (8), a SES realizou uma reunião online com coordenadores municipais de imunização para orientar sobre a aplicação da nova dose e o registro correto das informações. O encontro também reforçou o papel dos municípios no bloqueio rápido de casos suspeitos.
“A dose zero é uma barreira de proteção importante para proteger bebês ainda antes da idade prevista no calendário de rotina”, afirmou Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES. “Ela aumenta nossa segurança diante do risco nas fronteiras.”
Além das crianças pequenas, o Ministério da Saúde recomenda que adolescentes, jovens e adultos verifiquem sua situação vacinal, com atenção especial a pessoas vindas de outros países. O governo também orienta sobre a vacinação de pessoas com alergia à proteína do leite de vaca (APLV), que devem receber vacinas sem esse componente.
A vacina contra o sarampo é oferecida gratuitamente nos postos de saúde. Crianças precisam tomar duas doses. Já adultos que nunca se vacinaram devem receber uma dose única até os 49 anos de idade.
Segundo o pediatra, além da vacinação, é fundamental cuidar da saúde das crianças com alimentação saudável, hidratação e evitando exposição a pessoas doentes. “E, claro, manter a caderneta de vacinação em dia”, completou.
