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Presídio feminino de MS tem superlotação de 35%, aponta inspeção do MP

MPMS identifica superlotação em presídio feminino durante inspeção em Campo Grande

20 julho 2025 - 11h45Redação
Presídio feminino de Campo Grande abriga 307 mulheres em espaço para 227
Presídio feminino de Campo Grande abriga 307 mulheres em espaço para 227 - (Foto: Decom/MPMS )

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) realizou, na última sexta-feira (18), uma inspeção no Estabelecimento Penal Feminino "Irmã Irma Zorzi", em Campo Grande. A visita faz parte do Projeto Lupa, criado para monitorar o sistema prisional e garantir tratamento digno às pessoas privadas de liberdade.

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A unidade, que opera em regime fechado, possui capacidade para 227 internas, mas abriga atualmente 307 mulheres. O excesso representa uma taxa de ocupação 35% acima do previsto.

Durante a visita, representantes do MPMS e de outras instituições percorreram setores como celas, área de saúde, biblioteca, salas de aula e espaços destinados ao trabalho. Entre os ambientes visitados, estavam uma creche, uma fábrica de gelo, uma oficina de artesanato, um salão de beleza e um espaço de produção de enfeites para animais de estimação.

Segundo a promotora Jiskia Trentin, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Execução Penal (Gaep), apesar da superlotação e da carência de servidores, mais da metade das internas está envolvida em atividades como estudo, leitura, trabalho e cursos. "Esse engajamento contribui para o processo de ressocialização", afirmou.

Atualmente, 11 mulheres estão em processo de alfabetização, 22 cursam o ensino fundamental, 18 o ensino médio e uma está matriculada no ensino superior.

MPMS lidera visita técnica do Projeto Lupa ao presídio feminino de Campo GrandeMPMS lidera visita técnica do Projeto Lupa ao presídio feminino de Campo Grande (Foto: Decom/MPMS )

A inspeção também identificou a presença de três mães com bebês dois recém-nascidos e um de seis meses , duas gestantes e duas mulheres com mais de 60 anos. A promotoria considera que esses casos exigem atenção especial da assistência social e da área de saúde.

Em uma das celas, foram anotados pedidos de atendimento da Defensoria Pública, além de relatos sobre problemas relacionados à saúde mental e física.

A visita contou com a participação das promotoras Jiskia Trentin e Bianka Karina Barros da Costa, da 22ª Promotoria de Justiça, especializada na execução penal. Também acompanharam a inspeção representantes do Tribunal de Justiça (por meio do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário - GMF), do Conselho Penitenciário Estadual, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Vigilância Sanitária e do Ministério Público do Trabalho.

O Projeto Lupa tem como foco a legalidade, o respeito aos direitos humanos e o fortalecimento de políticas públicas voltadas à população carcerária.

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