
A atuação da Enel na crise de energia elétrica que atingiu a Grande São Paulo nesta semana está na mira do Ministério Público. Em nota divulgada nesta sexta-feira (12), o procurador-geral de Justiça, Paulo Sérgio de Oliveira Costa, afirmou que o MP-SP acompanha “com total insatisfação” a resposta da empresa após os estragos causados pelo vendaval da última quarta-feira (10).
O MP aponta falhas na agilidade do atendimento aos mais de 2 milhões de consumidores que ficaram sem luz e alerta para os prejuízos causados, como perda de alimentos, medicamentos e impacto em hospitais e comércios, incluindo a Ceagesp, maior entreposto da América do Sul, que ficou mais de 40 horas no escuro.
“O que se espera é pronta resposta, mitigando o desarranjo na vida de milhões de paulistas”, diz trecho da nota.
A Promotoria de Defesa do Consumidor da capital paulista já entrou com ação civil pública pedindo o ressarcimento dos consumidores prejudicados. No entanto, o processo está suspenso por decisão judicial, que aguarda definição do STJ sobre a participação da Aneel no caso. O MP tenta reverter a decisão.
Enel diz enfrentar "complexidade técnica"
A Enel afirma que o restabelecimento da energia envolve situações complexas, como substituição de postes, transformadores e reconstrução de cabos. A concessionária informou que cerca de 1.600 equipes estão mobilizadas desde o início da semana.
Mesmo assim, nesta sexta-feira (12), mais de 620 mil imóveis ainda estavam sem luz na região metropolitana. O vendaval histórico, com rajadas de até 98 km/h, provocou mais de 1,3 mil quedas de árvores, causando danos severos à rede elétrica.
A Prefeitura de São Paulo também questionou a lentidão da Enel. Vistorias realizadas em suas bases revelaram que muitos veículos da empresa estavam parados, sem atendimento nas ruas. A Enel respondeu que parte dos carros estava em troca de turno e preparação das equipes.
A Aneel e a Arsesp (agência reguladora estadual) afirmaram que acompanham de perto a situação e estão fiscalizando o plano de contingência da Enel. O objetivo é avaliar se a empresa está cumprindo as exigências em casos de eventos climáticos extremos.

