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JUSTIÇA

Motorista condenado por morte de médica em acidente não irá para a prisão

Felipe Mazzini recebeu pena de dois anos em regime aberto, convertida em multa; caso gerou comoção em Campo Grande

2 setembro 2025 - 13h56Redação
Médica Anne Carolline Barros, de 25 anos, morreu após o carro em que estava colidir com um poste na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, em junho de 2023
Médica Anne Carolline Barros, de 25 anos, morreu após o carro em que estava colidir com um poste na Avenida Afonso Pena, em Campo Grande, em junho de 2023 - (Foto: Arquivo pessoal)
Terça da Carne

Um ano após o acidente que tirou a vida da médica Anne Carolline Barros, de 25 anos, a Justiça de Mato Grosso do Sul condenou o motorista Felipe Costa Farfan Mazzini, de 28 anos, a dois anos de detenção, mas ele não cumprirá pena em regime fechado. A decisão foi publicada nesta terça-feira (2) no Diário da Justiça.

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O crime foi enquadrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor, quando não há intenção de matar. O juiz Marcio Alexandre Wust determinou que a pena fosse cumprida em regime aberto, substituída por duas prestações pecuniárias no valor de um salário mínimo cada. O réu também teve a CNH suspensa por dois meses e deverá arcar com as custas do processo.

O acidente aconteceu na madrugada do dia 16 de junho de 2023, na Avenida Afonso Pena, esquina com a Rua Terenos, em Campo Grande. Felipe dirigia um Chevrolet Corsa Classic quando perdeu o controle e colidiu com um poste. Anne, recém-formada em Medicina, era passageira e morreu no dia seguinte na Santa Casa, por traumatismo cranioencefálico.

Segundo a investigação, os dois tinham saído de um evento conhecido como “Caveirão”, na Arena Green Hall. Dentro do carro, foram encontradas bebidas alcoólicas: uma garrafa de uísque, uma lata de energético e um copo metálico. Testemunhas afirmaram que o motorista teria arremessado a garrafa no asfalto após o acidente, antes da chegada da polícia.

Felipe Mazzini se recusou a fazer o teste do bafômetro, mas o laudo da perícia afastou qualquer falha mecânica no veículo. Não havia problema nos freios ou suspensão que justificassem a perda de controle.

A sentença levou em consideração a confissão do acusado, apontada como atenuante, mas a pena foi fixada no mínimo legal e, por isso, não foi reduzida. O Ministério Público não apontou agravantes no caso.

Com o trânsito em julgado, o nome do motorista será inscrito no rol dos culpados da Justiça, mas, por ter a pena convertida, ele não será preso.

A morte de Anne causou comoção na capital. Jovem, recém-formada e com uma carreira pela frente, a médica foi vítima de um acidente que levantou questionamentos sobre consumo de álcool, responsabilidade e justiça. A repercussão nas redes sociais e entre familiares continua forte, especialmente após a divulgação da sentença.

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