
Um menino de 6 anos, Benício Xavier de Freitas, morreu na madrugada do dia 23 de novembro em um hospital de Manaus após receber uma dose de adrenalina na veia. Segundo a Polícia Civil do Amazonas, documentos do hospital e depoimentos indicam erro médico. A Justiça negou o pedido de prisão da médica Juliana Brasil Santos, de 33 anos, envolvida no caso.
De acordo com relatos, Benício deu entrada no Hospital Santa Júlia com suspeita de laringite e tosse seca. A médica prescreveu três doses de 3 ml de adrenalina para aplicação endovenosa a cada 20 minutos, procedimento incomum, normalmente feito via inalação. A técnica de enfermagem Raíza Bentes estranhou a prescrição, mas a seguiu. Após a primeira dose, o menino apresentou palidez, dificuldade para respirar e sofreu seis paradas cardíacas, vindo a falecer.
Conversas entre Juliana e colegas do hospital, anexadas ao inquérito, indicam que a médica reconheceu ter errado na prescrição. Em mensagens, ela teria admitido: “Paciente desmaiou. Pelo amor de Deus. Eu errei a prescrição.”
O delegado Marcelo Martins informou que uma acareação entre a médica e a técnica de enfermagem será realizada para esclarecer os fatos. Além disso, perícias nos equipamentos do hospital e análises de vídeos do sistema médico estão sendo realizadas para entender possíveis falhas no registro da prescrição.
O hospital afastou a médica e a técnica de enfermagem e colabora com a investigação. O Conselho Regional de Medicina do Amazonas (Cremam) abriu processo ético sigiloso contra a profissional. O Ministério Público do Amazonas afirmou que o processo tramita em sigilo.
Familiares realizaram uma manifestação em frente ao hospital pedindo justiça. Em rede social, o pai de Benício, Bruno Mello de Freitas, destacou a lembrança do filho: “Meu filho Benício Xavier de Freitas, sempre com esse sorriso meigo e alegre… criança pura!”

