A jornalista Tatiana Schlossberg, neta do ex-presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy, morreu nesta terça-feira (30), aos 35 anos. A informação foi confirmada pela família por meio de um comunicado oficial. Tatiana havia sido diagnosticada com leucemia mieloide aguda em maio de 2024 e enfrentava um tratamento intenso contra a doença.
“Nossa linda Tatiana faleceu esta manhã. Ela sempre estará em nossos corações”, diz a nota divulgada pela família.
Filha do designer Edwin Schlossberg e da diplomata Caroline Kennedy, Tatiana tornou pública sua condição de saúde no mês passado, em um artigo publicado na revista The New Yorker. O texto, intitulado Uma batalha com meu sangue (em tradução livre), foi amplamente elogiado pela coragem, sensibilidade e honestidade com que a jornalista abordou a própria doença e a perspectiva da morte.
No artigo, Tatiana revelou que o diagnóstico de leucemia mieloide aguda veio logo após o nascimento de sua filha, em maio de 2024. O tratamento incluiu sessões de quimioterapia e um transplante de medula óssea, mas, segundo ela própria relatou, o prognóstico apresentado pelos médicos era reservado.
“Durante o último exame clínico, meu médico disse que conseguiria me manter viva talvez por um ano”, escreveu. Em um dos trechos mais emocionantes do texto, a jornalista refletiu sobre os filhos. “Meu primeiro pensamento foi de que meus filhos, cujos rostos vivem permanentemente nos meus olhos, não se lembrarão de mim.”
Tatiana era mãe de dois filhos: um menino nascido em 2022 e uma menina que nasceu em 2024. No relato publicado, ela também falou sobre o impacto de sua possível morte na vida da mãe, Caroline Kennedy, ex-embaixadora dos Estados Unidos na Austrália e no Japão.
“Por toda a minha vida, tentei ser boa, ser uma boa aluna, boa irmã e boa filha, protegendo minha mãe sem nunca a deixar preocupada ou zangada”, escreveu.
Além de jornalista, Tatiana Schlossberg construiu carreira respeitada na cobertura de temas ligados a meio ambiente, política e sociedade, com passagens por veículos de prestígio da imprensa americana.
A morte de Tatiana reacende a atenção para a trajetória marcada por sucessivas tragédias na família Kennedy, uma das mais influentes da história política dos Estados Unidos. Ao longo das décadas, a combinação de poder, projeção pública e perdas precoces levou parte da imprensa americana a cunhar a expressão “Maldição Kennedy”.
O patriarca da família, Joseph P. Kennedy, pai de John F. Kennedy, foi um empresário milionário de origem irlandesa e serviu como embaixador dos Estados Unidos no Reino Unido durante o governo de Franklin D. Roosevelt. Casado com Rose Elizabeth Fitzgerald, filha de um ex-prefeito de Boston, teve nove filhos.
Entre as tragédias que marcaram a família estão:
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Em agosto de 2019, Saoirse Kennedy Hill, neta de Robert F. Kennedy, morreu de overdose aos 22 anos;
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Em 1999, John F. Kennedy Jr., filho de JFK, morreu aos 38 anos em um acidente de avião, junto com a esposa Carolyn Bessette, de 33, e a cunhada Lauren Bessette, de 34;
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Em junho de 1968, Robert F. Kennedy, irmão de JFK e então pré-candidato à Presidência dos EUA, foi assassinado em Los Angeles;
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Em 22 de novembro de 1963, John F. Kennedy foi assassinado em Dallas, durante o terceiro ano de seu mandato presidencial;
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Kathleen Kennedy, irmã de JFK, morreu em um acidente aéreo em 1948;
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Joe Kennedy Jr., irmão mais velho de JFK, morreu em combate durante a Segunda Guerra Mundial, em 1944.
