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SEGURANÇA

MJSP divulga lista de 216 foragidos mais perigosos do País

Programa Captura destaca criminosos estratégicos para o combate ao crime organizado; Doca, Pezão, Abelha e Peixão figuram entre os mais procurados

9 dezembro 2025 - 10h30Caio Possati
Doca, um dos líderes do CV, está sendo procurado pela polícia
Doca, um dos líderes do CV, está sendo procurado pela polícia - (Foto: Divulgação)
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O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) publicou nesta segunda-feira (8) a nova lista dos criminosos mais procurados do Brasil, como parte do Programa Captura, iniciativa integrada ao Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Ao todo, 216 foragidos foram incluídos, com cada Estado indicando até oito nomes considerados prioritários para ações de combate às facções criminosas.

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O Rio de Janeiro aparece com sua cota máxima e inclui alguns dos alvos mais perigosos e estratégicos para o crime organizado no País. Entre os selecionados estão Adilson de Oliveira Coutinho Filho, o “Adilsinho”; Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”; Bernardo Bello Pimentel Barboza, o “Bello”; Edgar Alves de Andrade, o “Doca”; Luciano Martiniano da Silva, o “Pezão”; Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o “Naval”; Walace Brito Trindade, o “Lacoste”; e Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o “Abelha”.

Edgar Alves de Andrade, o Doca, de 55 anos, é apontado como um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) em atividade fora do sistema prisional. Ele foi alvo da megaoperação realizada nos Complexos da Penha e do Alemão no fim de setembro, ação que resultou em 121 mortes, mas conseguiu escapar do cerco policial.

Natural de Caiçara, na Paraíba, Doca tem histórico de atuação em pontos estratégicos do tráfico de drogas, como o Morro do São Simão, em Queimados, e a Vila Cruzeiro, na Penha. Após a operação, a polícia ofereceu R$ 100 mil por informações que levem ao seu paradeiro — a maior recompensa já oferecida pelo Disque Denúncia, igualando o valor destinado a informações sobre Fernandinho Beira-Mar em 2000.

Wilton Carlos Rabello Quintanilha, o Abelha, de 54 anos, também integra a cúpula do CV e seria conselheiro da facção. Após deixar o Complexo de Bangu em 2021, passou a atuar ao lado de Doca no tráfico da Penha. Ele possui ao menos cinco registros por homicídio e responde a oito processos criminais na Justiça.

Outro nome considerado prioritário é Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, apontado como chefe do tráfico no Complexo do Alemão. Segundo o Portal Procurados, Pezão assumiu controle da região após ordens diretas de Marcinho VP e Fernandinho Beira-Mar para executar o traficante Tota, em 2008. A motivação seria quebra de repasse financeiro arrecadado com o tráfico.

Preso em 2005, quando liderava a venda de drogas na Grota, Pezão foi solto em 2008 e nunca mais retornou ao sistema prisional, reforçando sua posição como um dos criminosos mais procurados do Brasil.

Outro destaque da lista é Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, considerado um dos traficantes mais violentos do Estado e líder de um braço do Terceiro Comando Puro (TCP). A facção sob sua influência atua em comunidades como Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, Cinco Bocas e Pica-Pau.

Investigações apontam que o grupo comandado por Peixão se caracteriza por ações de extrema violência, ataques a policiais, expulsão de moradores, monitoramento de viaturas e até tentativas de abate de aeronaves. Em fevereiro, durante uma operação para capturá-lo, criminosos da facção atingiram um helicóptero da Polícia Militar, obrigando a tripulação a realizar um pouso forçado.

Peixão também é investigado por casos de intolerância religiosa, com relatos de perseguição a praticantes de religiões de matriz africana. Um de seus símbolos de poder é a ostentação de uma Estrela de Davi no alto de uma caixa d’água da comunidade.

O Programa Captura também inclui criminosos envolvidos em contravenção. Entre eles está Adilson Oliveira Coutinho Filho, o Adilsinho, indiciado em dezembro de 2023 pela Delegacia de Homicídios da Capital como um dos mandantes dos assassinatos de Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, e Alexsandro José da Silva, o Sandrinho. Os crimes ocorreram em novembro de 2022 e seriam motivados pela disputa com o contraventor Bernardo Bello pela exploração de caça-níqueis e jogo do bicho no Rio.

Segundo a investigação, a organização comandada por Adilsinho teria articulado uma série de homicídios para assumir pontos lucrativos da contravenção na zona norte, sul e região central da cidade.

“A investigação permitiu identificar uma sequência de homicídios relacionados à disputa pela exploração ilegal de cigarros, caça-níqueis e jogo do bicho”, informou a polícia.

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