
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) está livre de todas as acusações referentes ao suposto roubo de propina no valor de R$ 300 mil que teria sido paga ao corretor de gado José Ricardo Guitti Guímaro, mais conhecido como "Polaco". De acordo com o advogado Gustavo Passarelli, que representa o governador, foi proferida uma decisão nesta terça-feira (30/08) pela ministra Maria Isabel Gallotti, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), determinando o arquivamento da investigação que tramitava no Tribunal contra Reinaldo Azambuja.

"Essa decisão foi proferida em atenção a um requerimento do MPF (Ministério Público Federal), entendendo que não há indícios contra o governador com relação aos fatos. A ministra Maria Isabel Gallotti respeitou o pedido feito pelo próprio Ministério Público, que é o órgão responsável pela investigação do inquérito contra o governador, justamente porque não teve qualquer prova produzida que pudesse levar à conclusão de que ele teria tido participação nesse suposto roubo", explicou Gustavo Passarelli à reportagem do jornal A Crítica.
O advogado Gustavo Passarelli
Ainda conforme o advogado, o filho do governador, o advogado Rodrigo Souza e Silva, que tinha sido processado na Justiça de Mato Grosso do Sul pelos mesmos fatos, também foi absolvido por falta de provas após manifestação do MPE (Ministério Público Estadual) nesse sentido. "A sentença proferida pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, inocentou Rodrigo Souza e Silva. Agora, a ministra tomou a mesma decisão em relação ao governador Reinaldo Azambuja, arquivando o inquérito porque entendeu que ele não teve participação nos fatos narrados", reforçou.
A ministra Maria Isabel Gallotti substituiu o ministro Felix Fischer na relatoria do inquérito e no despacho de cinco páginas declarou que a conclusão é de que não há provas ou evidências de participação do governador nos fatos. "Não haverá recurso porque foi arquivado a pedido do MPF", destacou Gustavo Passarelli.
A ministra Maria Isabel Gallotti
Entenda o caso - Na denúncia contra o governador Reinaldo Azambuja, o seu filho, Rodrigo Souza e Sival, teria contratado um grupo, chefiado pelo pedreiro Luiz Carlos Vareiro, mais conhecido como "Véio", para roubar Polaco. O corretor de gado estaria ameaçando fazer delação premiada, porém, ele não foi buscar o dinheiro, mandando, em seu lugar, o comerciante Ademir Catafesta, que pegou o malote no estacionamento de um supermercado e acabou sendo roubado na BR-262, a caminho de Aquidauana (MS).
O episódio ocorreu logo após a delação premiada da JBS ter sido homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). A versão envolvendo o governador e o filho dele no roubo foi apresentada por Luiz Carlos Vareiro, que seria o chefe do grupo criminoso, cujo os integrantes foram presos pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar. O depoimento do pedreiro envolvendo Reinaldo Azambuja chegou a ser veiculado pelo Programa Fantástico, da Rede Globo.
