O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), comentou nesta segunda-feira (6) sobre o surto de intoxicações por consumo de bebidas adulteradas com metanol. Ele afirmou que os produtos mais afetados são destilados de alto valor, como uísques de marca — regiões que geram maior margem de lucro. Em tom de brincadeira, disse que só começaria a se preocupar “no dia em que falsificarem CocaCola”.
“Jack Daniels, Johnnie Walker… todas essas bebidas que são objeto de falsificação. Não vou me aventurar aqui nessa área, que não é a minha praia, está certo? No dia em que falsificarem CocaCola, eu vou me preocupar”, declarou o governador. “CocaCola, até aqui, não… E a minha é a normal”, completou.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já confirmou 17 casos de intoxicação por metanol — 15 deles em São Paulo — e investiga cerca de 200 ocorrências. Na mesma data, São Bernardo do Campo registrou o falecimento cerebral de uma mulher de 30 anos que havia sido internada com suspeita de metanol; exames confirmaram a contaminação. A vítima, Bruna Araújo, ainda não figura no balanço federal, pois o óbito foi confirmado após a divulgação dos dados pela pasta.
Além disso, Tarcísio e o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, anunciaram que foram identificadas bebidas com metanol em distribuidoras apreendidas em SP. Duas delas constam entre 11 estabelecimentos interditados sob suspeita de comercializar bebidas adulteradas, que também incluem bares, adegas e mercados. Ao todo, foram presos 20 suspeitos — segundo o governo, não há indícios de que integram uma mesma quadrilha.
Para reforçar a segurança, o governador afirmou que vai intensificar a fiscalização sobre o comércio de bebidas e planeja criar um programa de qualidade com selos para comerciantes, a fim de dar mais confiança ao consumidor.
Ele também revelou que o Estado já adquiriu 2,5 mil ampolas de antídoto contra metanol, que já estão disponíveis para uso nos hospitais em caso de intoxicação.
