
A Polícia Técnico-Científica de São Paulo confirmou a presença de um potente inseticida agrícola na casa de Ana Paula Veloso Fernandes, de 27 anos, suspeita de matar quatro pessoas por envenenamento entre janeiro e maio deste ano. O laudo do Instituto de Criminalística reforça a principal linha de investigação da Polícia Civil: a de que a jovem usava o veneno como arma para eliminar vítimas próximas.
Conhecida nas redes sociais como “menina veneno”, Ana Paula está presa, assim como sua irmã gêmea, Roberta Cristina Veloso Fernandes. A investigação conduzida pelo 1º Distrito Policial de Guarulhos aponta que a substância encontrada pode ter sido utilizada em todos os homicídios atribuídos à estudante de Direito.
A primeira morte suspeita ocorreu em 31 de janeiro, quando Marcelo Hari Fonseca, proprietário do imóvel alugado pelas irmãs em Guarulhos (SP), foi encontrado morto no quintal. Ana Paula chamou a PM relatando odor forte, mas a perícia identificou sinais de envenenamento.
Em abril, Maria Aparecida Rodrigues foi morta após tomar café e comer bolo na casa de Ana Paula. A suspeita usava nome falso e teria cometido o crime para incriminar um policial militar com quem mantinha um caso. Após o homicídio, espalhou rumores nas redes de que Maria Aparecida se relacionava com o PM.
O terceiro caso envolve Neil Corrêa da Silva, pai de Michelle Paiva, presa sob acusação de financiar a viagem de Ana Paula ao Rio de Janeiro com o objetivo de matar o próprio pai. O crime ocorreu também em abril, em Duque de Caxias.
A quarta vítima, Hayder Mhazres, cidadão tunisiano de 21 anos, morreu em maio após passar mal em um apartamento no bairro do Brás, na capital paulista. Ele mantinha um relacionamento com Ana Paula. Seu corpo foi transportado para a Tunísia antes da realização de exames mais aprofundados, mas a polícia acredita que ele também tenha sido envenenado.
A polícia ainda apura a denúncia de que Ana Paula teria testado os efeitos do veneno em pelo menos dez cachorros antes de usar a substância em humanos. O uso do inseticida — normalmente aplicado em plantações — evidencia premeditação e requintes de crueldade, segundo os investigadores.
A defesa das irmãs afirma que está colaborando com as investigações e que “busca garantir os direitos fundamentais das envolvidas”.

