
No dia em que completaria 24 anos, Herus Guimarães Mendes será lembrado nesta segunda-feira (24) com a inauguração do Memorial Herus Vive, criado para preservar sua memória e simbolizar a luta por justiça. O jovem foi morto durante uma operação policial em uma festa junina na comunidade Santo Amaro, no Rio de Janeiro, na madrugada de 7 de junho.

Imagens registradas por moradores e divulgadas nas redes sociais mostram o evento lotado, com famílias e quadrilhas juninas se apresentando, quando tiros interromperam a celebração. Em um dos vídeos, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) aguardam o socorro de uma pessoa ferida, enquanto são questionados por moradores revoltados com a ação.
Moradores relatam que a festa acontecia normalmente até o início da operação, por volta das 3h da manhã, momento em que começou o tiroteio. Desde então, o nome de Herus se transformou em símbolo de resistência na comunidade.
“Herus Vive” tornou-se um grito coletivo, repetido em faixas, muros e manifestações organizadas por familiares, amigos e movimentos sociais. “O memorial nasce desse grito, como um gesto de resistência, afeto e compromisso com a verdade, para afirmar que Herus não será esquecido”, diz a nota dos organizadores.
A mãe do jovem, Mônica Mendes, afirma que o memorial representa mais do que uma homenagem: é uma forma de denunciar a injustiça vivida pela família e pela comunidade.
“Esse memorial vai ficar marcado pela dor e pela luta que enfrentamos. Que o Herus não seja só mais um. Ainda estamos tentando compreender tudo o que aconteceu”, desabafou.
