
A Polícia Civil de São Paulo realizou nesta terça-feira (21) uma megaoperação contra integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), acusados de coordenar mais de 80 pontos de tráfico de drogas na Grande São Paulo. A ofensiva, batizada de Operação Auditoria, tem como alvo integrantes com cargos administrativos na facção criminosa, responsáveis por cadastrar novos membros, fiscalizar atividades e aplicar punições internas.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), a operação mobilizou dezenas de equipes para o cumprimento de 38 mandados de prisão e 110 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Ferraz de Vasconcelos, Suzano e Mogi das Cruzes. Até a última atualização, 16 pessoas haviam sido presas.
De acordo com a SSP, os suspeitos ocupavam funções estratégicas dentro da facção, exercendo atividades de gestão, controle e monitoramento do tráfico de entorpecentes. Durante as buscas, foram apreendidas drogas, dinheiro em espécie, celulares, documentos e cadernos de anotações com informações detalhadas sobre a contabilidade das “biqueiras”.
A operação recebeu o nome de “Auditoria” em alusão ao termo utilizado internamente pela organização criminosa para designar os responsáveis por fiscalizar e administrar os pontos de venda de drogas.
As investigações foram conduzidas pela 8ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco), que identificou a atuação sistemática dos alvos e mapeou os locais de atuação da quadrilha. Segundo o delegado Guilherme Leonel, coordenador da operação, a apuração revelou uma estrutura altamente organizada e lucrativa.
“Em apenas um dos pontos de tráfico, os lucros chegaram a ultrapassar R$ 700 mil em uma semana. Esse tipo de operação é fundamental para enfraquecer o poder da facção e desmontar o aparato financeiro e logístico que sustenta o tráfico de drogas”, afirmou o delegado.
A investigação identificou ainda que os criminosos usavam métodos empresariais para administrar os pontos de venda, como controle de estoque, divisão de tarefas, planejamento operacional e punições por descumprimento de “regras internas”.
A Polícia Civil segue com as diligências e não descarta novas prisões nas próximas horas. A operação representa um duro golpe na estrutura de comando do PCC e reforça a atuação das forças de segurança no combate ao tráfico de drogas em São Paulo e região metropolitana.
