
O médico psiquiatra Anibal Okamoto Junior, de 38 anos, morreu na tarde de domingo, 21, ao tentar salvar as duas filhas de um afogamento na praia de Matinhos, no litoral do Paraná, durante viagem de férias com a família. Segundo o Corpo de Bombeiros, as crianças estavam em uma área próxima às pedras de um espigão, fora do alcance de um posto de guarda-vidas.
De acordo com a corporação, as meninas conseguiram sair da água pelas pedras, mas o pai passou a apresentar dificuldades para voltar à faixa de areia.
“As crianças conseguiram sair da água pelas pedras, enquanto o homem passou a apresentar dificuldades. Ele foi inicialmente auxiliado por um surfista que estava no local e, posteriormente, retirado do mar pelas equipes acionadas”, informou o Corpo de Bombeiros, em nota.
Após ser retirado da água, Anibal recebeu os primeiros atendimentos ainda na praia. Uma aeronave foi enviada para apoiar o resgate, e o médico foi encaminhado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da região.
Mesmo com as manobras e o atendimento médico já em terra, o óbito acabou sendo confirmado pela equipe de saúde.
“Ao final dos atendimentos prestados, o óbito foi constatado”, acrescentou o comunicado dos bombeiros.
Morador de Brasília, Anibal Okamoto Junior trabalhava em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas. Nas redes sociais, amigos, pacientes e colegas de profissão lamentaram a morte e destacaram o perfil humano do psiquiatra, descrito como atento, acolhedor e dedicado ao serviço público.
“Nosso médico querido por quase 10 anos. Mas, acima de tudo, uma pessoa sensível e amável. Sem dúvidas, perdemos um amigo”, escreveu uma paciente.
Uma colega de profissão o definiu como “excelente psiquiatra, trabalhador do SUS, profissional ético e atencioso”. Outro médico que conviveu com Anibal o lembrou também como professor:
“Foi um dos melhores professores que tive ao longo da minha vida. Um conhecimento técnico impecável, além de ser acolhedor, humano, divertido, sempre disponível, conselheiro e motivador.”
Outra colega destacou a sensibilidade do psiquiatra no convívio diário. “Era o mais sensível de todos nós da residência. Ele sabia quando alguém do grupo não estava bem. Sempre com bom humor”, relatou.
O Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) divulgou nota de pesar pela morte do profissional. No texto, a instituição afirmou que Anibal “construiu uma trajetória marcada pelo compromisso com o cuidado, a escuta e o acolhimento, deixando uma contribuição relevante para a medicina e para todos que tiveram a oportunidade de conviver com seu trabalho e sua humanidade”.
O velório foi marcado para esta quarta-feira, 24, às 9h, no Cemitério Campos da Esperança, em Brasília, onde familiares, amigos, colegas e pacientes se despedem do médico.


