
Matteos França Campos, de 32 anos, preso por assassinar a mãe, a professora Soraya Tatiana Bomfim França, de 56 anos, foi transferido de presídio nesta segunda-feira (28). Inicialmente custodiado no Ceresp Gameleira, em Belo Horizonte, ele foi encaminhado ao Presídio Inspetor José Martinho Drumond, localizado em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana da capital mineira.

Segundo o advogado de defesa, Gabriel Arruda, a mudança foi motivada por dois fatores: a superlotação da unidade original e ameaças de morte feitas por outros detentos contra Matteos. A defesa informou ainda que a integridade física do preso estava em risco e que o novo local oferece melhores condições de segurança.
Em nota oficial, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais confirmou a transferência, mas evitou entrar em detalhes. O órgão afirmou que mudanças como essa fazem parte da rotina de administração do sistema prisional e que informações específicas não são divulgadas por motivos de segurança.
Matteos foi preso na última sexta-feira (25), cinco dias após o corpo da mãe ser encontrado sob um viaduto em Vespasiano, na Grande BH. O corpo de Soraya estava coberto com um lençol e apresentava sinais de violência sexual, o que, segundo a Polícia Civil, teria sido uma tentativa do próprio filho de simular um crime sexual cometido por terceiros e assim despistar a investigação.
Inicialmente, Matteos chegou a registrar um boletim de ocorrência relatando o desaparecimento da mãe, dizendo que ela não havia visualizado suas mensagens. No entanto, as investigações revelaram contradições que levaram à sua prisão.
No domingo (27), a juíza Juliana Beretta Kirche decretou a prisão preventiva do acusado durante audiência de custódia. A mesma magistrada também foi responsável por determinar sua transferência de unidade prisional. Os detalhes da decisão judicial não foram divulgados.
O advogado Gabriel Arruda informou que a defesa aguarda a conclusão do inquérito, previsto para ser finalizado em até 30 dias. Segundo ele, só após a entrega do relatório policial será possível definir a linha de atuação da defesa no processo.
“A defesa reitera sua confiança nas instituições democráticas e no Poder Judiciário como garantidores da verdade processual e da justiça, convicta de que, ao final, a apuração ocorrerá de forma imparcial, justa e conforme os ditames legais”, declarou Arruda em nota.
De acordo com as autoridades, a principal linha de investigação é que Matteos teria tentado forjar um cenário de abuso sexual para esconder o assassinato da mãe. A polícia ainda não detalhou a motivação do crime, mas trabalha com a hipótese de que o acusado tentou confundir os investigadores com a encenação.
O caso chocou a comunidade escolar e moradores de Vespasiano, onde Soraya era professora bastante conhecida. Nas redes sociais, ex-alunos e colegas de trabalho lamentaram a perda e pediram justiça.
A Polícia Civil segue apurando o caso e, até o momento, não há informações oficiais sobre novos interrogatórios ou perícias complementares.
