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Mato Grosso do Sul tem a pior internet do Centro-Oeste, diz pesquisa

Mato Grosso do Sul e Campo Grande têm a pior velocidade de internet do Centro-Oeste, aponta pesquisa nacional

30 março 2025 - 18h46Ricardo Eugenio
Mato Grosso do Sul e sua capital, Campo Grande, amargam as piores posições em velocidade de internet no Centro-Oeste, segundo levantamento nacional. E o que era para ser conexão virou obstáculo
Mato Grosso do Sul e sua capital, Campo Grande, amargam as piores posições em velocidade de internet no Centro-Oeste, segundo levantamento nacional. E o que era para ser conexão virou obstáculo - (Foto: Reprodução)
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O relógio gira. A página não carrega. O vídeo trava no meio da explicação. A reunião cai, volta, cai de novo. A rotina digital de quem vive em Mato Grosso do Sul ganhou agora uma estatística para chamar de sua: segundo levantamento do Prêmio MelhorPlano.net, o estado tem a pior internet da região Centro-Oeste. A média de velocidade da banda larga residencial em 2024 foi de 157,09 megabits por segundo (Mbps), o que coloca o estado na 20ª posição do ranking nacional — atrás até do Acre, que surpreendentemente lidera com 335,20 Mbps.

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Na capital, a situação não melhora muito. Campo Grande registrou média de 168 Mbps de download e 118,3 Mbps de upload — a pior entre as capitais da região. Goiânia, por comparação, lidera o ranking centro-oestino com 262,78 Mbps. O número, embora técnico, afeta o cotidiano de forma quase invisível — mas persistente.

Quando o problema é coletivo - A pesquisa avaliou mais de 9 milhões de testes de velocidade realizados em todo o país. Em Mato Grosso do Sul, além da capital, os piores resultados vieram de Ponta Porã (134,12 Mbps) e Três Lagoas (135,54 Mbps), que também liderou negativamente no quesito upload, com média de 98,68 Mbps.

Em tempos de trabalho remoto, streaming e aulas online, a internet virou necessidade básica. Mas em boa parte do estado, continua sendo um serviço que oscila, falha e irrita. A lentidão, no entanto, não é distribuída de forma uniforme. Segundo a pesquisa, a Vivo foi o provedor com melhor desempenho em velocidade e estabilidade no estado. Já a Claro destacou-se na internet móvel. A DigitalNet teve a melhor nota para quem joga online. E a Hokinet ficou com o troféu de satisfação do cliente.

O Brasil dos dados desconexos - Se há algo que chama a atenção no estudo é o contraste. O Acre, por exemplo, lidera o ranking nacional. Um estado historicamente associado à exclusão digital, agora aparece no topo com seus 335 Mbps. Enquanto isso, Mato Grosso do Sul, que concentra centros urbanos em crescimento, universidades, polos industriais e administrativos, não consegue oferecer uma internet compatível com suas demandas.

No recorte nacional, a Paraíba ficou com o último lugar geral, com 97,82 Mbps. Mato Grosso do Sul ficou sete posições à frente, mas com um desempenho ainda muito abaixo da média. O Distrito Federal, embora não tenha liderado, apresentou média de 204,97 Mbps — velocidade mais condizente com a capital do país.

A vida entre o carregando… e o erro de conexão - Mais do que uma lista de números, o estudo escancara a desigualdade digital que persiste mesmo entre regiões centrais do Brasil. No estado, cada segundo de atraso é um sintoma: de investimentos desiguais, de prioridades políticas difusas, de promessas que não se concretizam em fibra ótica.

A internet, que deveria conectar, continua separando. E enquanto a página não carrega, o que resta ao morador é respirar fundo, reiniciar o roteador e esperar.

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