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Mato Grosso do Sul completa 48 anos: memórias, avanços e desafios de um estado jovem

Criado em 1977, o estado sul-mato-grossense se consolida como polo do agronegócio, guardião do Pantanal e símbolo da diversidade brasileira

11 outubro 2025 - 06h00Douglas Vieira
Mato Grosso do Sul comemora 48 anos de emancipação. Do Pantanal ao agronegócio, um estado que pulsa história, natureza e futuro.
Mato Grosso do Sul comemora 48 anos de emancipação. Do Pantanal ao agronegócio, um estado que pulsa história, natureza e futuro. - Foto: iStockphoto / Alexander David

No dia 11 de outubro de 2025, o Estado de Mato Grosso do Sul celebra 48 anos de sua emancipação política — uma trajetória que, mesmo curta em termos históricos, carrega contornos intensos de lutas, identidades, desafios ambientais e potencialidades. Em mais de quatro décadas, o estado se firmou como palco central da biodiversidade brasileira, polo agrícola pujante e espaço de debate democrático.

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Antecedentes territoriais e o movimento divisionista - A região que hoje forma Mato Grosso do Sul foi, por muito tempo, administrada como parte do Estado do Mato Grosso. Essa configuração fazia sentido na lógica territorial antiga, mas sofria de contradições: o centro político e administrativo ficava distante, e os municípios do sul reclamavam falta de representatividade e dificuldade no acesso a investimentos.

Durante o regime militar, surgiu uma articulação para dividir o estado. A Lei Complementar nº 31, sancionada em 11 de outubro de 1977 pelo presidente Ernesto Geisel, instituiu a divisão do antigo Mato Grosso, criando o novo estado de Mato Grosso do Sul. A divisão foi decidida sem consulta popular significativa, impulsionada pelo governo central e por pressões da elite ruralista local que buscava melhor distribuição de recursos e poder político, concretizando o novo estado com a posse dos deputados estaduais em 1º de janeiro de 1979, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

Crescimento institucional e consolidação democrática - Nos primeiros anos, o estado teve governadores nomeados pela União,ainda no período militar até que, com o retorno do regime democrático, as eleições diretas passaram a vigorar. A partir daí, surgiram desafios de estruturação, criação de secretarias estaduais, infraestrutura básica, saúde e educação.Com o tempo, Mato Grosso do Sul conseguiu ampliar sua presença econômica e social, especialmente a partir da expansão do agronegócio no Centro-Oeste, maior participação política no cenário nacional e crescimento urbano acelerado, especialmente em cidades polos como Campo Grande, Dourados e Três Lagoas.

O Pantanal sul-mato-grossense: joia ambiental - Uma das marcas mais fortes de Mato Grosso do Sul é o Pantanal — considerado a maior planície alagada do planeta. A porção sul desse bioma, concentrada em municípios como Corumbá, Aquidauana, Miranda e Ladário, é um ecossistema riquíssimo em biodiversidade, abriga fauna e flora únicas e é uma base essencial de equilíbrio hídrico regional. O Pantanal exerce função de “esponja” hídrica, regulando cheias, abastecimento e ciclos ecológicos. No entanto, enfrenta ameaças severas: secas prolongadas, desmatamento nas bordas, queimadas e impactos de atividades agrícolas. Em 2024, dados apontavam que o Pantanal poderia enfrentar um dos anos mais secos já registrados, com queda acentuada nos níveis dos rios e risco elevado de incêndios.

Turistas fazendo um passeio a cavalo no Pantanal l Foto: iStockphoto/ Filipe Frazão

Além do Pantanal, Mato Grosso do Sul se destaca por paisagens de cerrado, matas de transição, rios de águas cristalinas e cavernas. A cidade de Bonito tornou-se sinônimo de ecoturismo: flutuações em rios límpidos, grutas, cavernas, nascentes e turismo de aventura atraem visitantes do Brasil e do mundo. O estado também empreende esforços para conciliar conservação e produção, com políticas públicas que buscam agricultura sustentável, manejo de água e turismo responsável. Em eventos internacionais, o turismo de MS já é apresentado como exemplo de práticas sustentáveis e promoção de carbono zero.

Mato Grosso do Sul se destaca no ecoturismo, com belezas naturais como a Gruta do Lago Azul na cidade de Bonito. Foto: Paulo A. Muzio

Potencial econômico e desafios - No plano econômico, o MS ocupa posição relevante no agronegócio com a produção de soja, milho, pecuária, e outros segmentos. A fronteira com Paraguai e Bolívia torna o estado estratégico para logística e rotas comerciais. O desafio, contudo, é ampliar infraestrutura, reduzir desigualdades internas e investir em setores além da agropecuária, inovação, educação, saúde e serviços.

Peão conduz a boiada em planície alagada do Pantanal sul-mato-grossense, cenário que retrata a tradição pantaneira e a convivência harmoniosa com a natureza. Foto: Adriano Gambarini / WWF

Olhando para 48 anos: conquistas e desafios futuros - Ao cabo de quase meio século, Mato Grosso do Sul carrega muitos motivos de orgulho:

Identidade e protagonismo regional — consolidou-se como estado com voz própria e pautas próprias.

Riqueza ambiental — detém territórios estratégicos do Pantanal e polos de ecoturismo reconhecidos nacionalmente.

Desempenho econômico — o agronegócio alavancou o crescimento regional, ampliando renda e conectividade logística.

Descentralização e apropriação local — o interior ganhou protagonismo, com municípios se fortalecendo e cobrando autonomia.

Quebrando mitos: a história como construção - A narrativa sobre o surgimento do Estado de Mato Grosso do Sul ainda é objeto de revisitações historiográficas. Há debates sobre as motivações reais do processo divisionista, se puramente econômicas, geopolíticas ou elitistas.

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