O município de Dourados foi o palco do seminário MS Ativo, realizado nesta quarta-feira (9), no auditório da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems). O evento reuniu prefeitos, vices, secretários municipais e vereadores de 14 cidades da Grande Dourados, com o objetivo de debater as principais demandas da região e buscar soluções para os desafios enfrentados pelos municípios. O prefeito de Dourados, Marçal Filho, fez questão de enfatizar a importância do encontro para unir forças entre os diferentes níveis de governo e as administrações municipais.
O anfitrião do evento, Marçal Filho, destacou que o seminário é uma oportunidade única para o governo estadual ouvir as necessidades de cada cidade e dar visibilidade às particularidades de cada município. “Este encontro aqui é fundamental para que o governo do Estado saiba das nossas dores, das reivindicações de cada município. Porque cada cidade tem a sua peculiaridade, tem a sua prioridade”, afirmou o prefeito. Ele também defendeu a importância da união dos prefeitos, não apenas para fortalecer as demandas junto ao governo estadual, mas também para sensibilizar o governo federal sobre a realidade das administrações municipais, especialmente diante da constante queda na arrecadação e o aumento das obrigações.
Marçal Filho foi enfático ao reforçar que os municípios são, frequentemente, os mais sobrecarregados, embora recebam a menor parte da arrecadação federal. “O município é o que menos recebe e o que mais apanha. Em primeiro lugar, a maior parte da arrecadação fica com o governo federal, depois, o governo do Estado, e em último, os municípios”, destacou. Para ele, é imprescindível que todos os entes federativos trabalhem juntos para enfrentar as dificuldades que se apresentam para as administrações municipais.
A saúde foi identificada como o principal gargalo nas administrações municipais, uma preocupação compartilhada por Marçal Filho e pelos outros prefeitos presentes no evento. O prefeito de Dourados lembrou que o município atende não apenas sua própria população, mas também a de outras 34 cidades, representando cerca de 1 milhão de habitantes. “Aqui em Dourados, na área da saúde, atendemos 34 municípios. Isso representa quase metade da população de Mato Grosso do Sul”, disse, ressaltando a importância do Hospital Municipal de Dourados, o único hospital municipal de grande porte do Estado. Ele destacou que, embora o município se esforce para oferecer atendimento, ainda há uma enorme pressão sobre os serviços devido à alta demanda.
De acordo com Marçal, a escassez de recursos é um obstáculo constante. Ele pediu maior apoio tanto do governo estadual quanto dos parlamentares federais para que os municípios possam atender adequadamente suas populações. “Nós precisamos também dos nossos deputados federais e senadores, porque eles é que têm hoje boa parte do orçamento da União”, argumentou o prefeito, fazendo um apelo para que os parlamentares priorizem as necessidades dos municípios em suas agendas políticas.
Além da saúde, os prefeitos também destacaram os desafios econômicos enfrentados pelas prefeituras, especialmente no que diz respeito à escassez de recursos para investimentos. Marçal Filho compartilhou a situação financeira do município, onde grande parte da arrecadação é comprometida com a folha de pagamento, deixando pouco ou quase nada para novos investimentos. “Conversando com os prefeitos, vi que muitos deles estão na mesma situação que a gente, com a arrecadação quase toda comprometida com folha de pagamento. E sobrando muito pouco ou quase nada para investimento”, afirmou.
Ele também elogiou o apoio do governo estadual e destacou o papel do vice-governador Barbosinha, a quem ele pediu para ser o porta-voz das demandas municipais no governo. “Esperamos que o vice-governador Barbosinha seja o nosso porta-voz para que possamos obter o socorro necessário, uma sensibilidade que já foi demonstrada pelo ex-governador Reinaldo Azambuja e que o atual governador Eduardo Riedel tem continuado”, afirmou Marçal Filho.
Marçal Filho fez um apelo final para que os prefeitos e as administrações municipais se unam para enfrentar os desafios impostos pela atual situação econômica. Ele frisou que, independentemente de quem seja o responsável pela gestão dos recursos – seja o governo federal, estadual ou municipal –, o que importa é que a população seja atendida. “O cidadão quer saber se ele está sendo atendido, não importa de qual esfera de governo. Temos que deixar as vaidades e os egos de lado. O mais importante é que a população seja atendida com dignidade e qualidade", concluiu.
