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MANÉ GARRINCHA

Magé fará exumação para descobrir onde estão restos mortais de Mané Garrincha

31 maio 2017 - 21h39
Magé (RJ) - Inscrição no jazigo da família de Mané Garrincha homenageia o ídolo do Botafogo e da Seleção Brasileira de Futebol (Cristina Indio do Brasil sobre imagem da cinegrafista Edina Girardi da
Magé (RJ) - Inscrição no jazigo da família de Mané Garrincha homenageia o ídolo do Botafogo e da Seleção Brasileira de Futebol (Cristina Indio do Brasil sobre imagem da cinegrafista Edina Girardi da - Cristina Indio do Brasil sobre imagem da cinegrafista Edina Girardi da TV Brasil
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A prefeitura de Magé, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, quer fazer a exumação de corpos enterrados em dois túmulos do Cemitério de Raiz da Serra, um distrito do município, para verificar em qual deles estão os restos mortais de Manuel Francisco dos Santos, o ex-jogador do Botafogo e da Seleção Brasileira Mané Garrincha. Os dois têm lápide com nome do ex-atleta, que também era chamado de o anjo das pernas tortas.

A dúvida surgiu quando o prefeito de Magé, Rafael Tubarão, para atender a uma promessa de campanha, decidiu fazer uma reforma no cemitério e no túmulo para uma homenagem a Garrincha. “Quando a gente foi saber onde estavam os restos mortais dele, não conseguiu detectar, porque tem um túmulo lá em cima, para o qual disseram que transferiram os restos mortais quando fizeram uma exumação em 1985. Então, a gente abriu um processo administrativo para descobrir se os restos mortais estão no túmulo de baixo ou lá de cima”, disse o prefeito, que esteve hoje (31) no Cemitério.

DNA

Rafael Tubarão disse que está entrando em contato com a família para realizar a exumação e um exame de DNA nos restos mortais que estão nos dois túmulos para saber onde se encontra os de Garrincha. De acordo com o prefeito, originalmente, Garrincha foi enterrado no dia 20 de janeiro de 1983 no jazigo da família na parte baixa do cemitério. Com a morte de uma irmã do ex-jogador o corpo dela seria enterrado no local.

Nesta época, teria sido feita a exumação com a transferência dos restos mortais de Garrincha para o outro túmulo onde foi construído um memorial para o astro do futebol. Como no jazigo tem mais de um parente enterrado, há necessidade de fazer exame de DNA em todos.

“A gente está fazendo isso para não achar as coisas, mas ter certeza. A gente vai ter que levantar. Se tiver três corpos, parece que tem três corpos, vai ter que fazer nos três, porque não teve a documentação toda”, disse, acrescentando, que, em princípio, os restos mortais de Garrincha não sumiram do cemitério, como chegou a ser noticiado nesta quarta-feira.

Segundo o prefeito, a confusão é resultado de uma desorganização no cemitério, quando resolveram fazer o memorial com a possível transferência dos restos mortais para lá sem a documentação necessária. “Uma desorganização quando quiseram fazer uma homenagem para ele constando uma exumação, que supostamente não teria acontecido e a gente vai averiguar para ter certeza”.

Família

Para Luiz Marques, neto de Garrincha, não há dúvida de que é mesmo no jazigo da família que permanecem os restos mortais do avô. “O rapaz que trabalha aqui no Cemitério, mora aqui ao lado e a coordenação do cemitério falaram que nunca aconteceu nada disso. Tenho para mim que esteja aqui. Já que foi levantado isso, vou fazer uma conversa com o restante dos familiares e a gente vai ver qual atitude tomar”, disse, destacando, que recebeu a notícia com muita surpresa quando acordou hoje. “Para mim isso não passa de alarme falso”, disse em entrevista à TV Brasil.

Rosângela Cunha dos Santos, filha de Garrincha, que hoje acompanhou Luiz no cemitério, também acredita que os restos mortais do seu pai estejam no próprio jazigo da família. Segundo ela, o seu primo João é que teria comentado a mudança de local. “Ele falou que tinha mudado, mas o coveiro falou que está aqui ainda [no jazigo na parte baixa do cemitério]. Eu não sei. Agora tem que tirar para ver se está ali mesmo e fazer uma coisa melhor para ele que foi o melhor do mundo”, disse.

O ex-jogador Jairzinho, que assim como Garrincha, foi craque no Botafogo e na Seleção Brasileira, disse que toda essa história envolvendo os restos mortais do seu maior ídolo, é muito triste. “Tenho verdadeiro amor por ele até hoje. É um símbolo do futebol. Convivi com ele e joguei com ele em poucos anos. Aprendi a jogar com ele. Me tornei também um jogador de nível, mas, como ele, nunca fui e ninguém será. É algo estarrecedor. É triste e muito doloroso. Estamos vendo um problema muito sério dentro do Brasil, um acontecimento como esse é algo que não existe nem palavras para explicar”, disse em entrevista à Agência Brasil. “É lamentável, vamos torcer que encontrem”.

Prefeitura

Em nota divulgada agora à noite, a prefeitura informou que “em nenhum momento foi declarado ou se acredita que tenha ocorrido o sumiço dos restos mortais” de Garrincha, conforme chegou a ser divulgado na imprensa.

A nota termina com a expectativa de que o assunto seja esclarecido após o exame de DNA. “Com a conclusão desse procedimento, finalmente, o nosso 'anjo das pernas tortas' terá um local à altura do que representou para Magé, para o Brasil e para o mundo como ídolo do futebol”.

Sobre o jazigo da família há uma lápide em que se lê: Aqui descansa em paz aquele que foi a alegria do povo. Mané Garrincha.

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