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24 de setembro de 2025 - 20h50
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MUNDO

Lula celebra 'química' com Trump e aposta em fim do mal-estar entre Brasil e EUA

Presidente brasileiro afirmou ter se surpreendido com postura amistosa do americano e vê espaço para retomada do diálogo bilateral

24 setembro 2025 - 18h00Felipe Frazão
Lula discursa na Assembleia-Geral da ONU em NY.
Lula discursa na Assembleia-Geral da ONU em NY. - (Foto: ANGELA WEISS / AFP)
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou nesta quarta-feira (24), em Nova York, que o breve encontro que teve com Donald Trump nos bastidores da Assembleia-Geral da ONU pode marcar o início de uma nova fase nas relações entre Brasil e Estados Unidos. O petista afirmou ter ficado surpreso com a reação amistosa do americano, com quem disse ter sentido “química imediata”.

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Em entrevista coletiva, Lula declarou estar disposto a tratar de qualquer tema com Trump, desde que respeitada a soberania brasileira — em referência indireta às tarifas e sanções impostas recentemente pelos EUA, motivadas pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Minérios estratégicos no centro da pauta

Entre os temas que Lula pretende negociar estão investimentos americanos em terras raras, minerais considerados estratégicos para setores como defesa, carros elétricos e inteligência artificial. O Brasil possui uma das maiores reservas mundiais, mas a cadeia de refino e processamento está concentrada na Ásia, especialmente na China.

“Estou convencido de que algumas decisões do presidente Trump se devem à má qualidade da informação que ele teve a respeito do Brasil. Acho que ele pode mudar de decisão”, afirmou Lula, destacando a possibilidade de uma reunião bilateral em breve.

'Pintou uma química'

O presidente brasileiro contou que foi surpreendido pela forma como Trump se aproximou. “Já estava saindo, ia pegar minhas papeletas e ir embora, quando Trump veio para o meu lado com uma cara muito simpática e agradável. Acho que pintou uma química mesmo”, disse.

Sobre eventuais constrangimentos em futuros encontros, Lula afirmou esperar respeito mútuo: “Vou tratar com o respeito que merece o presidente dos EUA e ele certamente vai tratar o presidente do Brasil da mesma forma. São dois homens de 80 anos, não existe espaço para brincadeira, existe espaço para conversar sobre os conflitos”.

Elogios públicos

Trump também fez menção a Lula em seu discurso na Assembleia-Geral, entre críticas ao Brasil. “Ele me parece um homem muito legal. Ele gostou de mim, eu gostei dele. Tivemos uma boa química. E eu não faço negócios com pessoas que não gosto”, disse.

O gesto foi visto como um sinal de distensão após as medidas adotadas pelo governo americano em julho, quando o Brasil foi alvo de tarifas de 50% nas importações e sanções contra integrantes do governo federal e do Judiciário, incluindo o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Contexto da agenda

A passagem de Lula pelos Estados Unidos incluiu reuniões com os presidentes da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e do Peru, Dina Boluarte, além da abertura oficial da Assembleia-Geral da ONU. Ele também participou de encontros sobre mudanças climáticas e o conflito no Oriente Médio.

O retorno do presidente a Brasília está previsto para esta noite.

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