O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou nesta quarta-feira (22) em Jacarta, capital da Indonésia, dando início a um giro diplomático pela Ásia que inclui um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A viagem integra a estratégia do governo brasileiro de ampliar mercados e diversificar parcerias econômicas, em meio à disputa comercial entre Washington e Pequim.
Essa é a terceira viagem de Lula ao continente asiático em 2025, parte de uma política de reaproximação e expansão das relações internacionais. O roteiro inclui compromissos na Indonésia e na Malásia, e marca também o reforço da parceria entre Brasil e países do Sudeste Asiático, uma das regiões de maior dinamismo econômico do mundo.
Em Jacarta, Lula retribuirá a visita feita ao Brasil pelo presidente indonésio Prabowo Subianto, que esteve no país duas vezes — durante o G-20, em novembro de 2024, e em julho de 2025, no Rio de Janeiro e em Brasília.
A agenda oficial começa nesta quinta-feira (23) e, na sexta (24), Lula visitará a sede da ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático), bloco econômico que já tem para o Brasil relevância comparável à do Mercosul. Em 2024, o comércio entre o Brasil e a ASEAN movimentou US$ 37 bilhões, um volume próximo ao registrado com os países vizinhos da América do Sul.
O presidente também participará de um fórum empresarial com cerca de 100 empresários brasileiros e número semelhante de indonésios, buscando oportunidades nos setores agrícola, de defesa e infraestrutura.
Encontro com Trump e Modi
Após os compromissos na Indonésia, Lula seguirá para Kuala Lumpur, capital da Malásia, onde participará da 47ª Reunião de Líderes da ASEAN. No domingo (26), estão previstos encontros bilaterais com Donald Trump e com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
A reunião com Trump marca um esforço do governo brasileiro em manter diálogo com os Estados Unidos, mesmo diante da intensificação da disputa comercial com a China. O Itamaraty afirma que o Brasil busca equilíbrio nas relações com as duas potências, preservando os acordos estratégicos já firmados com Pequim.
Política externa
Em 2025, Lula já havia visitado China, Japão e Vietnã, reforçando o plano do Palácio do Planalto de reposicionar o Brasil no cenário internacional e ampliar o acesso a mercados alternativos.
Com 285 milhões de habitantes, a Indonésia é o maior país de maioria muçulmana do mundo e um importante polo econômico do Sudeste Asiático. O país sediou, em 1955, a Conferência de Bandung, marco histórico do movimento de não-alinhamento na era pós-colonial — tema que ressoa na atual estratégia diplomática brasileira de manter independência entre as grandes potências.
Lula também deve retornar à Índia em fevereiro de 2026, para uma visita de Estado e uma conferência internacional sobre inteligência artificial, segundo o Planalto.
