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INTERNACIONAL

Lula e Macron lançam submarino e defendem ampliar parceria militar

Presidente francês esteve no batismo e no lançamento ao mar do submarino Tonelero, em Itaguaí (RJ)

28 março 2024 - 08h00Rayanderson guerra
O presidente Lula e o presidente da França Emanuel Macron em evento de Lançamento do submarino Toneler no complexo Naval de Itaguai, no Rio de Janeiro
O presidente Lula e o presidente da França Emanuel Macron em evento de Lançamento do submarino Toneler no complexo Naval de Itaguai, no Rio de Janeiro - (Foto: Pedro Kirilos/Estadão)

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o francês, Emmanuel Macron, defenderam ontem uma parceria militar durante o batismo e lançamento ao mar do submarino Tonelero, no estaleiro de Itaguaí (RJ). A embarcação foi construída por brasileiros e franceses dentro do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), da Marinha.

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O submarino Tonelero (S42) - (Foto: Marinha do Brasil)

Macron terminou nesta quarta, 27, seu segundo dia de visita ao Brasil em São Paulo. Em discurso na capital paulista, ele disse que o acordo negociado entre União Europeia e Mercosul é "muito ruim". "Façamos um novo acordo, que seja responsável do ponto de vista de desenvolvimento, clima e biodiversidade", disse.

O acordo comercial entre Mercosul e UE se arrasta há 25 anos. Ele prevê, entre outras coisas, a isenção ou redução na cobrança de impostos de importação de bens e serviços produzidos nos dois blocos. Em 2019, durante a presidência de Jair Bolsonaro, o tratado foi assinado, mas para entrar em vigor ele precisa passar por uma revisão técnica e pela ratificação dos Parlamentos de todos os países envolvidos.

Na Europa, a maior resistência ao acordo vem da França, a segunda maior economia da UE, onde historicamente o setor agrícola teme a concorrência de produtos mais baratos da América do Sul - por isso, o governo francês insiste em padrões comuns de "desenvolvimento, clima e biodiversidade", como disse ontem Macron.

Segurança

Além de aspectos comerciais, parte da agenda de Macron no Brasil está ligada à segurança e defesa. O presidente francês repetiu ontem que os dois países compartilham a mesma visão de mundo e se recusam a ser prisioneiras da disputa entre potências.

"A paz constrói equilíbrios e isso exige que sejamos fortes. Temos de ser capazes de usar a firmeza e a força, porque não queremos ser lacaios dos outros. Temos de defender a ordem internacional", afirmou Macron, que vem insistindo em uma atuação mais soberana da UE e menos dependente dos EUA.

A cooperação com o Brasil na indústria de defesa é antiga. O Tonelero - que foi batizado pela primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja - é o terceiro submarino convencional construído no Brasil pelo Prosub, programa que teve origem em acordo firmado com a França, em 2008, no segundo mandato de Lula.

O Prosub se utiliza da transferência de tecnologia para o desenvolvimento de quatro submarinos convencionais da classe da embarcação francesa Scorpène e a fabricação do primeiro submarino nuclear brasileiro. O plano é entregar os cinco submarinos até 2033. Dois já estão em operação: Humaitá e Riachuelo. Outro é o Tonelero, entregue ontem. Os outros dois estão em construção: o SCPN Álvaro Alberto, com propulsão nuclear, e o Angostura.

"O Tonelero é a vitória da vontade e da determinação de um homem, Lula, com uma visão que soube marcar uma ambição que, em 2008, parecia desmedida. A França acreditou e aderiu a essa aventura. Com a Marinha e a indústria brasileira, conseguimos construir", disse Macron.

Cautela

A França transferiu a tecnologia para a construção dos quatro submarinos convencionais, mas recusou-se a cooperar no desenvolvimento do propulsor nuclear naval do quinto submersível devido às salvaguardas globais para esta tecnologia. Brasília busca convencer Paris a aumentar sua transferência de tecnologia para integrar o reator e vender equipamentos ligados à propulsão nuclear.

"Quando terminar a nossa conversa", disse Lula a Macron, "volte para a França e diga aos franceses que o Brasil está querendo os conhecimentos da tecnologia nuclear, não para fazer guerra, mas para garantir a todos os países que querem paz, que saibam que o Brasil estará ao lado de todos." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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