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INTERNACIONAL

Lula diz que traficantes também são vítimas dos usuários e critica política militar de Trump

Presidente defende cooperação policial e diz que política militar dos EUA ameaça estabilidade da América do Sul

24 outubro 2025 - 10h10Felipe Frazão*
Presidente Lula durante coletiva na Indonésia, antes de embarcar para a Malásia, onde pode encontrar Donald Trump
Presidente Lula durante coletiva na Indonésia, antes de embarcar para a Malásia, onde pode encontrar Donald Trump - ( Foto: Ricardo Stuckert)

Durante entrevista coletiva em Jacarta, na Indonésia, nesta sexta-feira (24), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou duramente a política antidrogas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula afirmou que o combate às drogas deve começar dentro do próprio país e sugeriu que os traficantes também são vítimas dos usuários.

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“Toda vez que a gente fala de combater as drogas, possivelmente fosse mais fácil combater os nossos viciados internamente. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também. Você tem uma troca: gente que vende porque tem quem compre, e quem compra porque tem quem venda”, disse Lula.

A crítica surge no momento em que os Estados Unidos intensificam operações militares no Mar do Caribe contra embarcações acusadas de ligação com facções criminosas venezuelanas. A ação envolve caças, navios de guerra e cerca de 10 mil militares, sendo vista pelo governo brasileiro como ameaça à estabilidade da região e potencial estímulo à crise migratória venezuelana.

Lula também rebateu a recente declaração de Trump, que comparou narcotraficantes a organizações terroristas como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico. Para o petista, essa equiparação é inaceitável e contraria princípios internacionais.

“Você não fala que vai matar as pessoas. Você tem que prender, julgar e, se comprovado, punir de acordo com a lei. É o mínimo que se espera de um chefe de Estado”, afirmou Lula.

O presidente brasileiro reforçou que a soberania dos países deve ser respeitada e que espera debater o tema com Trump no encontro bilateral marcado para este domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia. Lula sugeriu que os EUA adotem ações coordenadas com os ministérios da Justiça e polícias dos países da América Latina.

“Se a moda pega, cada um invade o território do outro. Onde vai parar a respeitabilidade da soberania? É muito melhor conversar e buscar cooperação, do que promover intervenções militares”, completou.

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