
Em discurso durante a V Cúpula de Presidentes dos Estados Partes do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a escolha de Belém como sede da COP30, enfatizando que o evento "não poderia acontecer em nenhum outro lugar senão na Amazônia". Lula criticou as acusações de países ricos sobre o não cuidado com a floresta e defendeu que a Amazônia é o local ideal para discutir as questões ambientais globais.

Apesar das críticas recebidas, especialmente em relação aos preços elevados de hospedagem em Belém, o governo brasileiro manteve a decisão. O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, revelou que alguns estabelecimentos estão cobrando até 15 vezes o valor normal das diárias, mas essa situação não foi suficiente para mudar a escolha da cidade para sediar a conferência.
Lula destacou os "quatro círculos de diálogo" lançados pelo Brasil para a COP30. O primeiro é formado pelos presidentes de conferências anteriores, com o objetivo de garantir que as novas Contribuições Nacionalmente Determinadas estejam alinhadas com as metas do Acordo de Paris. O segundo envolve os ministros da Fazenda, que buscam ampliar o financiamento além dos US$ 300 bilhões negociados na COP de Baku.
O presidente também mencionou a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), que será lançado durante a COP30 e tem como objetivo remunerar países que mantiverem suas florestas preservadas. Os outros dois círculos de diálogo, segundo Lula, são voltados para amplificar as vozes de povos indígenas e negros nas discussões climáticas, além de promover uma transição energética justa, com base no Balanço Ético Global.
