O governo do Rio de Janeiro confirmou a transferência de sete integrantes considerados líderes do Comando Vermelho (CV) para presídios federais. A operação, autorizada pela Justiça, ocorre nesta quarta-feira (12) e tem como objetivo enfraquecer o comando de facções criminosas que atuam de dentro das penitenciárias estaduais.
O anúncio foi feito pelo governador Cláudio Castro (PL), que afirmou que a medida representa mais uma etapa do plano estadual de enfrentamento ao crime organizado. Segundo ele, a decisão foi possível após articulação com o Ministério da Justiça, que disponibilizou vagas no sistema penitenciário federal.
“Essa é mais uma etapa do trabalho que estamos fazendo para enfraquecer as facções, cortar suas conexões e devolver tranquilidade à população fluminense. A segurança pública não é um problema local, é um desafio nacional que exige cooperação, inteligência e coragem”, publicou o governador nas redes sociais.
Todos os detentos já haviam sido condenados por tráfico de drogas e, com exceção de Riam Mota, estavam presos antes da Operação Contenção — ação policial que, no segundo semestre deste ano, resultou em 121 mortes nos complexos da Penha e do Alemão.
A ordem de transferência foi assinada pelo juiz Rafael Estrela Nóbrega, da Vara de Execuções Penais (VEP), atendendo a uma solicitação formal do governo estadual. As autoridades, no entanto, não informaram para qual unidade federal os detentos serão levados, por motivos de segurança.
Veja quem são os sete condenados:
- Arnaldo da Silva Dias, o "Naldinho": condenado a 81 anos, 4 meses e 20 dias
- Carlos Vinicius Lírio da Silva, o "Cabeça do Sabão": 60 anos, 4 meses e 4 dias
- Eliezer Miranda Joaquim, o "Criam": 100 anos, 10 meses e 20 dias
- Fabrício de Melo Jesus, o "Bicinho": 65 anos, 8 meses e 26 dias
- Marco Antônio Pereira Firmino da Silva, o "My Thor": 35 anos, 5 meses e 26 dias
- Alexander de Jesus Carlos, o "Choque": 34 anos e 6 meses
- Roberto de Souza Brito, o "Irmão Metralha": 50 anos, 2 meses e 20 dias
Esses nomes integram o núcleo de comando da facção, com forte atuação nas comunidades cariocas e influência direta em operações do tráfico.
Após atritos recentes com o governo federal, Cláudio Castro tenta reforçar o discurso de integração entre os entes no combate às facções. O governador se reuniu com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, no final de outubro, para estabelecer uma parceria de apoio logístico e estratégico na área da segurança pública.
“O Rio de Janeiro segue fazendo sua parte, sem recuar”, afirmou Castro. O Ministério da Justiça, por sua vez, tem reiterado que mantém apoio às forças de segurança estaduais, inclusive na disponibilização de vagas no sistema federal de presídios.
