
Na manhã desta quarta-feira (24), o governador Eduardo Riedel atravessou corredores do Ministério do Planejamento e entregou fita simbólica: a PPP para o Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS) agora avança rumo ao lançamento público. No dia 4 de dezembro, será realizado leilão na B3, em São Paulo, para dar partida a uma obra ambiciosa que quer transformar o atendimento em saúde.

O projeto — conduzido pelo Escritório de Parcerias Estratégicas (EPE) e pela Secretaria Estadual de Saúde — não é apenas reforma de prédio: ele prevê dois novos blocos, reestruturação completa, e inovação: energia solar, automação, farmácia robotizada e transporte pneumático. É uma aposta alta. São R$ 5,6 bilhões de investimentos ao longo de 30 anos para um hospital público que continuará atendendo 100% pelo SUS, sob gestão estadual.
No encontro com a ministra Simone Tebet, Riedel disse: “A expectativa é positiva… novo leilão na B3.” Ela respondeu que o projeto seria “modelo para o Brasil e o mundo”. Já em 17 de setembro, o projeto havia conquistado o selo FAST-Infra, certificando padrões ambientais, sociais, de governança e inovação — o terceiro no país e apenas o segundo hospital do mundo com esse selo.
A parceria privada ficará responsável por obras, equipamentos e serviços de apoio (limpeza, vigilância, portaria, farmácia, manutenção, entre outros). A administração médica ficará com o Estado. A proposta é que os serviços médicos — diagnóstico, internações, radiologia, enfermagem — continuem gratuitos no sistema público.
Porém, nem tudo será simples. O edital adotará critério de menor contraprestação pública máxima — quem pedir menos ao Estado vence —, e todas as licitantes com propostas até 10% acima da melhor poderão disputar. São esperadas pelo menos três concorrentes para a fase viva-voz.
A PPP foi desenhada para minimizar riscos: conta com garantias inovadoras aprovadas pela COFIEX (financiamentos externos) e apoio do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Toda a estrutura de garantias busca tornar o projeto mais atraente e seguro para o setor privado.
Em termos operacionais, a entrega será feita em etapas, sem parada no atendimento atual. A fase inicial será batida em até 24 meses, e 56 meses após o início, a obra estará concluída. O hospital terá 577 leitos — 60% a mais do que agora. Os custos operacionais não assistenciais estimam-se em R$ 154,4 milhões por ano. O teto de pagamento mensal à concessionária é de R$ 20 milhões, sujeito a ajustes conforme desempenho.
É um plano ambicioso: enorme entrelaçamento de saúde pública, tecnologia e inovação, uma promessa de que o hospital regional de MS entre na era moderna sem deixar de servir quem mais precisa.
