
O leilão da BR-163, previsto para ocorrer no primeiro semestre de 2025, representa um marco importante no pacote de R$ 106,4 bilhões em concessões de infraestrutura rodoviária planejado pelo governo federal. A rodovia, que cruza Mato Grosso do Sul de norte a sul, conecta municípios estratégicos como Sonora, Coxim, Campo Grande, Dourados e Naviraí, e terá investimentos previstos de R$ 12 bilhões para melhorias e duplicações.

Investimentos planejados para a BR-163 - A concessão inclui a duplicação de 170 quilômetros entre Nova Alvorada do Sul (entroncamento com a BR-267) e Bandeirantes (entroncamento com a BR-060). Essa extensão abrange também o Anel Viário de Campo Grande, um ponto crítico para o fluxo de veículos na capital sul-mato-grossense.
Além disso, está prevista a construção de uma terceira faixa em outros 190 quilômetros da rodovia, proporcionando maior fluidez no tráfego, segurança e eficiência no transporte de cargas e passageiros.
Essas melhorias são vistas como essenciais para fortalecer a infraestrutura logística do estado, que é um corredor importante para o agronegócio brasileiro.
Repactuação com a MSVia - O processo de repactuação foi aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) após negociações entre o Ministério dos Transportes e a concessionária MSVia, que atualmente administra a rodovia e é subsidiária do grupo CCR.
O formato da repactuação ainda está aberto a consulta pública até 13 de janeiro, permitindo que a sociedade civil apresente sugestões para o processo. Após essa etapa, será publicado o edital e, na sequência, ocorrerá o leilão da concessão.
Um pacote bilionário para infraestrutura - O leilão da BR-163 é apenas uma peça do pacotão de concessões do governo federal, que visa atrair investimentos privados para rodovias, portos e aeroportos:
R$ 48 bilhões em investimentos para rodovias com contratos renegociados.
R$ 34,16 bilhões para rodovias que ainda serão concedidas.
R$ 8,54 bilhões em concessões de portos.
R$ 3,4 bilhões em concessões de pequenos aeroportos (51 unidades previstas).
O planejamento inclui também rodovias federais sob gestão estadual, como o caso da Rota da Celulose em Mato Grosso do Sul (BRs 262 e 267 e MS-040), que terão seus contratos estruturados em parceria com o governo estadual.
Desafios do modelo de concessão - Embora o projeto represente uma oportunidade de modernização para a infraestrutura de transporte, há críticas ao formato do leilão. Especialistas alertam que o atual modelo pode limitar a competição, já que a concessionária atual, por estar familiarizada com os detalhes do contrato, teria uma vantagem competitiva significativa em relação a novos players.
Ainda assim, a expectativa é de que o leilão ocorra sem grandes entraves e que os investimentos comecem a ser aplicados no curto prazo, beneficiando diretamente o setor produtivo e os usuários da rodovia.
O que esperar para os próximos meses? - Com o fim do período de consulta pública em janeiro, o governo deve lançar o edital até o final do trimestre. A conclusão do leilão será um passo importante não apenas para Mato Grosso do Sul, mas também para a agenda de infraestrutura do país, que depende desses investimentos para garantir mais segurança nas rodovias e eficiência no transporte de mercadorias.
Se tudo ocorrer conforme o planejado, as obras na BR-163 poderão começar ainda em 2025, trazendo impactos positivos para a logística nacional e para a qualidade de vida dos usuários que dependem diariamente dessa rodovia.
