
O primeiro lançamento comercial de um foguete a partir do território brasileiro terminou em falha na noite desta segunda-feira (22). O HANBIT-Nano, desenvolvido pela empresa privada sul-coreana Innospace, apresentou uma anomalia poucos segundos após a decolagem e teve o voo interrompido, segundo informou a Força Aérea Brasileira (FAB).
O foguete foi lançado às 22h13 do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. De acordo com a FAB, o veículo chegou a iniciar sua trajetória vertical conforme o previsto, mas apresentou um problema logo após deixar a plataforma, colidindo com o solo na sequência.
A transmissão oficial do lançamento, exibida ao vivo no YouTube da Innospace, foi interrompida segundos após a decolagem. Antes do corte do sinal, imagens indicavam uma possível explosão. Em seguida, a empresa exibiu um comunicado informando a ocorrência de uma “anomalia durante o voo”.
Em nota, a Força Aérea informou que equipes da Aeronáutica e do Corpo de Bombeiros do CLA foram imediatamente acionadas e enviadas ao local para análise dos destroços e da área de impacto.
“Uma equipe da FAB e do Corpo de Bombeiros do CLA já foi enviada ao local para análise dos destroços e da área de colisão. Todas as ações sob responsabilidade da FAB para coordenação da operação, que envolvem segurança, rastreio e coleta de dados, foram cumpridas exatamente conforme planejado, garantindo um lançamento controlado e dentro dos parâmetros internacionais do setor espacial”, afirmou a Aeronáutica.
As causas da falha ainda estão sendo apuradas. Técnicos da Innospace seguem analisando os dados do voo em conjunto com a FAB e demais órgãos envolvidos na operação, denominada Spaceward. Até o momento, não há registro de feridos.
Apesar do insucesso, a FAB ressaltou que os protocolos de segurança funcionaram conforme o previsto, o que evitou danos a pessoas ou áreas externas ao sítio de lançamento.
O lançamento do HANBIT-Nano representaria um marco histórico para o setor espacial brasileiro, por se tratar do primeiro voo orbital comercial realizado a partir do Brasil, reforçando o uso do Centro de Lançamento de Alcântara por empresas privadas internacionais.
O CLA é considerado estratégico devido à sua localização próxima à linha do Equador, que permite economia de combustível e maior eficiência em lançamentos orbitais. Mesmo com a falha, o episódio é visto por especialistas como parte do processo natural de desenvolvimento tecnológico no setor aeroespacial.


