
O líder norte-coreano Kim Jong-un inspecionou uma nova fábrica de armas, considerada estratégica para aumentar a produção em massa de mísseis, antes de sua primeira visita à China em seis anos, prevista para participar de um grande desfile militar em Pequim nesta quarta-feira, 3.

A agência oficial KCNA não revelou a localização exata da fábrica, mas especialistas acreditam que esteja na província de Jagang, região industrial bélica que faz fronteira com a China. Segundo o órgão, a unidade possui linhas de montagem para acelerar a produção de mísseis, e Kim aprovou planos de expansão e melhorias, elogiando cientistas e trabalhadores.
A visita ocorre pouco antes de um desfile militar na China, que comemora o 80º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial e da resistência chinesa à agressão japonesa. Entre os líderes estrangeiros convidados estão Vladimir Putin, que recebeu apoio militar da Coreia do Norte na invasão à Ucrânia, transformando o evento em uma demonstração de alinhamento tripartido contra os esforços dos EUA de fortalecer a cooperação regional com Coreia do Sul e Japão.
Autoridades sul-coreanas afirmam que Kim pressiona para aumentar a produção de munições e enviou soldados para apoiar forças russas, consolidando sua política externa voltada para a aproximação com Moscou e Pequim. Desde 2019, após o fracasso das negociações com Donald Trump, a Coreia do Norte tem evitado diálogo com os EUA e Seul.
A participação de Kim em Pequim também é vista como uma tentativa de ampliar influência diplomática, reforçar laços estratégicos e preparar terreno para futuras negociações internacionais, enquanto a China mantém papel central como parceiro econômico e político de Pyongyang.
