Na última semana, a Meituan, gigante chinesa de tecnologia e líder do setor de entregas na China, anunciou oficialmente sua entrada no mercado brasileiro. O movimento se concretiza com o lançamento do aplicativo Keeta nas cidades de Santos e São Vicente, no litoral paulista, marcado para o dia 30 de outubro.
O plano é ambicioso: um investimento de R$ 5,6 bilhões ao longo dos próximos cinco anos. A Baixada Santista foi escolhida como campo de testes por concentrar um alto volume de pequenos e médios negócios — exatamente o perfil de restaurante que a Keeta busca atrair.
A estratégia da Keeta é oferecer tecnologia de ponta combinada com atendimento humanizado. Segundo Tony Qiu, presidente de operações internacionais da Keeta, a empresa pretende adaptar o modelo de sucesso chinês ao mercado brasileiro com uma equipe local de mais de mil gerentes de contas.
No projeto-piloto, a Keeta já conta com 700 marcas de restaurantes cadastradas e 2 mil entregadores em fase de treinamento. A empresa promete logística eficiente e melhorias na segurança dos trabalhadores.
A chegada da Keeta acontece em um momento de acirramento entre os grandes players do setor. A empresa entra na disputa com o iFood, que hoje detém 80% do mercado nacional, além da Rappi e da 99Food, que voltou a operar recentemente. O embate já chegou ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), onde a Keeta acusa a 99Food de práticas anticoncorrenciais.
A ofensiva da Meituan no Brasil é parte do seu plano global de expansão. A marca Keeta já está presente em Hong Kong, Arábia Saudita, Qatar e Emirados Árabes Unidos. Agora, o Brasil vira palco de mais uma disputa bilionária.
