
Três policiais militares acusados de envolvimento na execução do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach, ex-delator do Primeiro Comando da Capital (PCC), foram colocados em liberdade nesta quarta-feira (10) por decisão do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo.

Os PMs — o tenente Thiago Maschion Angelim da Silva e os soldados Abraão Pereira Santana e Julio Cesar Scalett Barbini — vão responder ao processo fora da prisão, conforme decisão do Conselho Permanente de Justiça. Eles estão entre os 15 agentes acusados de crimes como falsidade ideológica e participação em organização criminosa. A defesa dos réus não foi localizada.
Gritzbach foi morto a tiros em novembro de 2023, no Aeroporto Internacional de Guarulhos. O crime chocou pela ousadia da execução e pelo envolvimento de integrantes da Polícia Militar, revelado em investigação da Corregedoria.
Segundo o inquérito, os PMs davam escolta particular ao empresário, mesmo tendo ciência de sua ligação com o crime organizado. Ainda segundo o relatório, essa prática, mesmo sendo informalmente tolerada, foi considerada pela Corregedoria como um claro desvio de conduta com implicações penais. A escolta também teria sido prestada a outros membros da facção, como os criminosos conhecidos como Django, Cebola e Japa.
Entre os denunciados estão o cabo Denis Antonio Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues, identificados como os autores dos disparos, além do tenente Fernando Genauro da Silva, que teria dirigido o carro usado no transporte dos executores até o local do crime.
No total, 12 policiais foram indiciados por integrar uma organização criminosa. Um outro agente também responde por falsidade ideológica e prevaricação.
De acordo com o relatório final da Corregedoria da PM, os envolvidos agiram de forma consciente e articulada, comprometendo a hierarquia da corporação e a confiança da sociedade. “Não apenas se afastaram dos deveres institucionais, como também afrontaram os pilares da hierarquia, comprometendo a imagem da corporação”, destaca o documento.
