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RADARES NAS RODOVIAS

Justiça Federal determina reativação de radares nas rodovias federais

Decisão da juíza Diana Wanderlei exige que governo apresente plano orçamentário para funcionamento dos aparelhos, ameaçando processo por improbidade administrativa e crime de responsabilidade

19 agosto 2025 - 12h30Rayssa Motta e Fausto Macedo
Radar eletrônico em rodovia federal: sistema de fiscalização está suspenso por falta de recursos, afetando a segurança nas estradas.
Radar eletrônico em rodovia federal: sistema de fiscalização está suspenso por falta de recursos, afetando a segurança nas estradas. - (Foto: ABrasil)

A Justiça Federal em Brasília determinou que o governo reative imediatamente os radares nas rodovias federais. Os aparelhos, responsáveis pela fiscalização de velocidade, deixaram de funcionar neste mês devido à falta de recursos financeiros.

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Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), seria necessário um montante de R$ 364 milhões para manter os radares operando ao longo de 2025. No entanto, o orçamento disponível para essa ação é de apenas R$ 43,3 milhões, o que cria um descompasso significativo.

Em sua decisão, a juíza Diana Wanderlei, da 5.ª Vara Federal, classificou a situação como um "apagão" e uma grave falha na segurança das rodovias federais. Ela destacou ainda a "omissão qualificada" por parte do governo federal e alertou que, caso a questão não seja resolvida de maneira urgente, os responsáveis poderão ser processados por improbidade administrativa e crime de responsabilidade.

A magistrada deu um prazo de cinco dias para que a União apresente um plano orçamentário para viabilizar a operação dos radares. Além disso, intimou o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a fim de viabilizar uma solução consensual para o problema.

A decisão ressalta que a falta de fiscalização coloca em risco a segurança de milhares de motoristas, que ficam expostos a altas velocidades de motoristas infratores contumazes. Além disso, o corte orçamentário compromete investigações importantes, como aquelas relacionadas a roubos de carga e sequestros nas rodovias.

A juíza enfatizou o caráter "drástico-social" da medida, que afeta diretamente a segurança pública, considerando que o Brasil, devido à sua grande extensão territorial, depende amplamente do transporte rodoviário. O impacto do apagão de radares, portanto, compromete a integridade de inúmeras vidas.

Essa decisão ocorre no contexto de uma ação popular movida em 2019 pelo senador Fabiano Contarato (PT-ES), após a suspensão dos radares pelo então presidente Jair Bolsonaro. Na época, após pressão judicial, Bolsonaro recuou e firmou um acordo para garantir o funcionamento dos radares em áreas com altos índices de acidentes. O processo continua em tramitação para que a Justiça possa fiscalizar o cumprimento dos compromissos assumidos pelo governo.

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