
Com as férias escolares chegando, o tempo livre das crianças aumenta, e junto com ele, as brincadeiras de rua. Sejam sozinhas ou em grupos, elas dominam os bairros e vilas da cidade. Nessa época, é mais do que normal vê-las jogar bola na frente de casa, andar de bicicleta e, principalmente, soltar ou empinar pipa.

Pensando nisso, quarta-feira (09), a Energisa promoveu mais um ato da sua campanha Juntos pela Segurança, que atende construtoras, escolas, empresas e muito mais. O foco dessa vez foi a ONG Legião da Boa Vontade (LBV), localizada no bairro Aero Rancho, em Campo Grande, que oferece atendimento para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
Mesclando brincadeiras, muita pipoca e ensinamentos o técnico de segurança no trabalho da Energisa, Claudinei Marinho, mostra para os menores como se divertir de forma segura. Analisar o local onde irão soltar as pipas e garantir que seja uma área afastada, sem fios da rede elétrica, é a principal orientação dada: “Porque, a partir do momento que eles soltam uma pipa ali próxima da rede, ela pode enroscar e, consequentemente, trazer algum tipo de transtorno”, esclarece Claudinei.
Com as crianças sentadas em roda Claudinei conta que os transtornos das pipas enroscadas em fios não atingem apenas quem solta, e sim todos do bairro. (Foto: Maria Edite Vendas \ A Crítica)
Além disso, outro ponto explicado em detalhes é a recomendação de não resgatar a pipa se ficar presa nos fios da rede elétrica, prática muito comum entre os pipeiros, como conta Matheus, de 14 anos: “Já peguei várias. Algumas foram com galho grande assim, outras foi com a pedra amarrada na linha, que a gente costuma chamar de bole.” O contato de forma inadequada, feito durante a tentativa de recuperar o brinquedo, com a rede de alta tensão pode desencadear curtos-circuitos no sistema inteiro. E não é só isso: o perigo dessa ação vai além. A descarga elétrica vinda dos fios transforma a própria pipa em um condutor que, se manuseado sem a devida proteção, pode causar choques, queimaduras e, em casos extremos, até mesmo a morte.
Outra inimiga das redes elétricas é a linha chilena, o popular cerol - mistura de cola de sapateiro com vidro moído - que, além de ser um perigo para a população e para quem produz e solta, também pode cortar os fios dos postes de energia.
Todas essas informações foram compiladas em um manual para as crianças, elaborado e entregue pela Energisa durante as dinâmicas. Com escrita fácil e desenhos para colorir, os cuidados são ensinados desde cedo, como explica Claudinei: “Porque as crianças são as bases hoje. A partir do momento que a gente traz essa orientação, eles vão crescer com aquela questão de que ‘isso aqui é ruim para mim e traz um risco.’ ''
O manual entregue alerta: 'A eletricidade não faz barulho, não tem cheiro, não tem cor e não se vê, mas pode matar. Todo cuidado é pouco!' (Foto: Maria Edite Vendas\ A Crítica)
Mas não são apenas as crianças que devem tomar cuidado com os postes e fios da rede elétrica, ocorrências em áreas com construções e pinturas em andamento são muito comuns e igualmente perigosas, justamente por isso a campanha já tem ações marcadas com construtoras como a Plaenge. Somados os tipos de incidentes, foram registradas mais de 150 ocorrências ano passado atingindo mais de 180.000 consumidores.
