Na manhã do próximo domingo (07 de setembro), a Igreja Católica vai declarar santo um jovem italiano chamado Carlo Acutis, morto em 2006, aos 15 anos, por causa de uma leucemia. Conhecido como o “padroeiro da internet”, Carlo Acutis deixou um legado de fé e evangelização online que continua crescendo. E em Campo Grande, duas famílias acreditam que essa fé transformou suas vidas dentro de um hospital.
As histórias de Matheus Vianna e Gabriel Nunzio aconteceram no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian da UFMS (Humap-UFMS/Ebserh). Os dois casos emocionam pela ligação direta com a espiritualidade e pela forma como superaram diagnósticos que pareciam definitivos.
Foi no Humap que Matheus Vianna, ainda criança, enfrentava uma condição rara chamada pâncreas anular. Ele não conseguia se alimentar sem vomitar e passava por internações constantes. A família se apoiava na fé, especialmente a mãe, que frequentava a Paróquia São Sebastião e rezava pedindo a intercessão de Carlo Acutis.
No dia 12 de outubro de 2013, durante uma missa, Matheus tocou em uma relíquia de Carlo e fez um pedido simples: queria parar de vomitar. Naquela noite, comeu arroz, feijão, bife e batata frita — e não passou mal. Dias depois, exames mostraram que o pâncreas anular havia simplesmente desaparecido, sem cirurgia. A cura foi considerada o milagre que levou Carlo à beatificação em 2020.
Já o caso de Gabriel Nunzio, também atendido no Humap, ainda não foi reconhecido oficialmente, mas a família acredita firmemente que houve intervenção divina.
Gabriel era um adolescente saudável, esportista e muito ativo na igreja. Em setembro de 2023, ele sofreu um mal súbito após usar um medicamento broncodilatador e teve uma parada cardíaca em frente ao Atacadão da Costa e Silva. Foi internado em coma profundo e passou 54 dias entre a vida e a morte.
Na UTI do Humap, mesmo com dificuldades estruturais, a equipe médica cuidou de Gabriel com carinho e respeito. A família recebeu apoio da comunidade, que organizou orações, vigílias e caminhadas por sua recuperação. Um momento marcante foi quando o padre Marcelo, que já havia acompanhado Gabriel em outros momentos da vida, ministrou a Unção dos Enfermos com uma relíquia de Carlo Acutis.
Mesmo com um diagnóstico grave, dizendo que Gabriel sairia em estado vegetativo, ele começou a melhorar. Voltou a se mover, falar e retomar a consciência. Para a mãe, foi um milagre. “A melhora do Gabriel nos transformou em pessoas melhores, mais cheias de fé e esperança”, disse.
A canonização de Carlo Acutis só aceita milagres ocorridos depois da beatificação, por isso o caso de Gabriel não entrou no processo oficial. Mas, para a família e a comunidade, a santidade já estava ali.
Hoje, o quarto onde Gabriel se recuperou virou espaço de oração. Pessoas da igreja, amigos e grupos de fé continuam visitando. A história se espalhou. Não como um evento extraordinário, mas como prova viva de que a fé e a esperança ainda tocam profundamente quem acredita.
