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25 de setembro de 2025 - 19h49
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INTERNACIONAL

Gaza registra maior massacre de jornalistas da história, aponta sindicato

Sindicato palestino afirma que 252 profissionais foram assassinados desde o início da ofensiva; entidades brasileiras questionam silêncio global

25 setembro 2025 - 16h10
Jornalistas trabalham em tenda improvisada durante entrevisa em Kham Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
Jornalistas trabalham em tenda improvisada durante entrevisa em Kham Yunis, no sul da Faixa de Gaza. - (Foto: Zoom/Reprodução)

Desde o início da ofensiva israelense na Faixa de Gaza, há cerca de dois anos, 252 jornalistas profissionais foram mortos, segundo dados divulgados pelo Sindicato dos Jornalistas da Palestina nesta quinta-feira (25). Os registros foram apresentados numa reunião online organizada pela Fenaj em parceria com a Embaixada da Palestina no Brasil. O sindicato afirma que este é o maior massacre de profissionais de imprensa da história em conflito armado.

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Com cerca de 1,6 mil jornalistas registrados em Gaza, esses números correspondem a quase 16% da categoria local. Além das mortes, já foram notificadas mais de 200 prisões de profissionais e cerca de 400 feridos.

Entre os ataques mais graves relatados:

  • No fim de agosto, o Hospital Nasser foi bombardeado, resultando na morte de 15 pessoas, entre elas quatro jornalistas, inclusive um repórter da agência Reuters.
  • Outra tragédia ocorreu semanas antes, quando um drone israelense foi apontado como responsável por matar cinco jornalistas da TV Al Jazeera, incluindo o repórter Anas AlSharif.

“A ocupação destruiu todas as instituições de imprensa presentes em Gaza… os 252 jornalistas assassinados são mais do que no total das duas Guerras Mundiais”, disse Naser Abu Baker, presidente do sindicato palestino de jornalistas.

Durante o encontro com jornalistas brasileiros, repórteres palestinos contaram sobre as condições extremas de trabalho e sobrevivência em Gaza. Um centro de mídia funciona em meio à destruição: “Nosso centro de mídia fica a cerca de 500 metros dos tanques israelenses… aviões voam incessantemente para impedir que sejamos ouvidos”, relatou Samir Khalifa.

O Sindicato dos Jornalistas também afirma que 647 imóveis residenciais pertencentes a profissionais de imprensa foram destruídos, e que muitos vivem hoje em tendas, deslocados em meio ao conflito.

Para Tahseen AlAtsall, vice-presidente do sindicato em Gaza: “Todos os jornalistas foram expulsos de suas casas… vivem em tendas junto com suas famílias.”

A Fenaj, representada pela presidenta Samira de Castro, caracterizou a situação como uma crise humanitária e de liberdade de expressão. A entidade defendeu mobilização mundial, inclusive propondo uma paralisação global da imprensa em solidariedade aos jornalistas palestinos.

O embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, chamou o momento de “histórico”, enfatizando a necessidade da livre circulação de informação e o direito dos jornalistas de contar a realidade vivida sob bombardeios.

Enquanto isso, fora de Gaza, na Cisjordânia, foram registradas mais de 2 mil agressões a jornalistas e instituições de imprensa, segundo o sindicato palestino. Barreiras militares, restrições de mobilidade e controle severo sobre o acesso à imprensa agravam ainda mais o cenário.

No contexto da guerra em Gaza — com dezenas de milhares de vítimas, destruição de infraestrutura e bloqueios de suprimentos — os relatos dos jornalistas sobreviventes constituem um dos poucos canais de denúncia e informação para o mundo exterior.

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