
O ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, afirmou no último domingo (23) que o país pretende instalar mísseis terra-ar de médio alcance na base da ilha de Yonaguni, localizada a cerca de 110 quilômetros de Taiwan. A informação foi divulgada pelo The Japan Times.
Durante visita à ilha, Koizumi disse que o envio dos mísseis “pode ajudar a diminuir a probabilidade de um ataque armado” contra o Japão. Ele rejeitou críticas de que a medida aumentaria tensões na região. “A ideia de que isso aumentará as tensões regionais não é precisa”, declarou.
A iniciativa, porém, provocou forte reação da China, que vive um momento de atrito diplomático com o Japão desde que a primeira-ministra Sanae Takaichi afirmou que ações chinesas contra Taiwan poderiam justificar uma resposta militar japonesa.
Questionada sobre a declaração de Koizumi, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou nesta segunda-feira (24) que a decisão japonesa “é uma manobra deliberada que alimenta tensões regionais e provoca confronto militar”. Ela classificou a medida como “extremamente perigosa” e disse que os países vizinhos e a comunidade internacional devem ficar em alerta máximo.
Na semana passada, o Japão já havia enviado caças da Força Aérea de Autodefesa para Yonaguni após detectar um drone chinês sobrevoando a área entre a ilha japonesa e Taiwan.
Mao Ning voltou a cobrar um pedido de desculpas de Sanae Takaichi e afirmou que as declarações da premiê prejudicaram negociações para uma nova reunião trilateral entre China, Japão e Coreia do Sul. “A China insta o Japão a refletir profundamente, corrigir seus erros e parar de seguir esse caminho equivocado”, disse.
A China considera Taiwan parte de seu território, embora a ilha funcione com governo próprio. Taiwan, por sua vez, sustenta que Pequim não tem autoridade sobre seu território — posição apoiada por Takaichi.
Em depoimento ao Parlamento em 7 de novembro, a premiê declarou que medidas chinesas envolvendo “navios de guerra e ações militares” contra Taiwan podem representar “risco de vida”, o que intensificou o clima entre os dois países. Desde então, a China passou a exigir um pedido de desculpas e recomendou que seus cidadãos evitem viajar ao Japão.
O governo japonês tentou amenizar a crise enviando um representante do Ministério das Relações Exteriores à China, mas as recentes declarações de integrantes do gabinete de Sanae têm dificultado a distensão.


