Um terremoto de magnitude 6,0 atingiu o leste do Afeganistão na noite de domingo (31), provocando uma das piores tragédias naturais do país nos últimos anos. O tremor ocorreu às 23h47 (horário local), a cerca de 27 quilômetros da cidade de Jalalabad, e já deixou pelo menos 800 mortos e mais de 2.700 feridos, segundo informações do Ministério do Interior, controlado pelo Talibã.
Afghanistan hit by its strongest earthquake in years, deadly shocks devastate Kunar and nearby regions. pic.twitter.com/odkIAtXoB6
— Mansoor Ahmed Qureshi (@MansurQr) September 1, 2025
O abalo foi seguido por cinco réplicas e sentido em várias partes do país, inclusive em Cabul. A região atingida é montanhosa e próxima à fronteira com o Paquistão, onde o acesso a muitas aldeias é difícil. Equipes de resgate correm contra o tempo para localizar sobreviventes sob os escombros.
Vilarejos arrasados e cenário de destruição
O impacto foi devastador nas províncias de Kunar e Nangarhar. Três aldeias foram completamente destruídas em Kunar, onde se concentram a maioria das vítimas: pelo menos 610 mortos. Em Nangarhar, 12 pessoas perderam a vida.
Moradores locais, soldados e equipes médicas trabalham juntos para remover os escombros. Imagens captadas pela Reuters mostram helicópteros transportando feridos, enquanto ambulâncias e equipes de resgate percorrem as áreas atingidas.
A destruição é ainda mais grave em casas de barro e pedra, comuns na região, que não resistiram à força do tremor, que teve profundidade de apenas 10 quilômetros.
O Ministério da Defesa do Afeganistão informou que ao menos 40 voos foram realizados para transportar feridos e vítimas fatais. Ao todo, 420 pessoas já foram removidas por via aérea das áreas mais afetadas.
6.0-magnitude earthquake strikes eastern Afghanistan. pic.twitter.com/YzRbEkYxqH
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Apesar da gravidade da tragédia, o governo afegão afirmou que nenhum país estrangeiro ofereceu ajuda até o momento. "Até agora, nenhum governo estrangeiro entrou em contato para fornecer apoio para trabalhos de resgate ou ajuda", declarou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
O Afeganistão está localizado em uma região de intensa atividade sísmica, onde as placas tectônicas indiana e eurasiática se encontram. A cordilheira do Hindu Kush, em especial, é uma área propensa a terremotos frequentes e devastadores.
Essa vulnerabilidade já ficou evidente em outubro de 2023, quando um tremor de magnitude 6,3 atingiu o oeste do país. Na época, o governo Talibã estimou 4 mil mortos, enquanto a ONU reportou cerca de 1,5 mil vítimas fatais.
Injured transferred from Jalalabad Airport with helicopters, ambulances after Afghanistan earthquake. pic.twitter.com/Ed5TFEvW4V
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Além da instabilidade geológica, o país enfrenta uma grave crise humanitária e econômica, agravada pelo isolamento internacional após a retomada do poder pelo Talibã em 2021. A tragédia atual representa mais uma pressão sobre os já limitados recursos do sistema de saúde e emergência afegãos.
O porta-voz do Ministério do Interior, Abdul Maten Qanee, declarou que todas as equipes do governo foram mobilizadas para fornecer suporte em diferentes frentes: segurança, alimentação, assistência médica e resgate.
