
O governo brasileiro manifestou apoio ao plano de cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mas reforçou que a paz duradoura na região só será possível com a criação de um Estado da Palestina independente, convivendo lado a lado com Israel. A posição foi divulgada em nota oficial do Ministério das Relações Exteriores, publicada na madrugada deste sábado (4).

“O governo brasileiro acompanha com atenção as discussões que se seguiram ao anúncio do plano”, diz o texto. O documento reconhece os esforços dos países mediadores e afirma que, caso a proposta seja aceita e implementada, pode resultar na cessação imediata dos ataques, libertação dos reféns, entrada desimpedida de ajuda humanitária e início da reconstrução de Gaza, “sob apropriação e supervisão palestina”.
O plano apresentado por Trump prevê cessar-fogo imediato, libertação dos reféns israelenses em até 72 horas, desarmamento do Hamas e retirada gradual das tropas israelenses da Faixa de Gaza. O presidente dos EUA anunciou a proposta ao lado do primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu na segunda-feira (29), em reunião na Casa Branca. O Hamas respondeu na sexta (3), aceitando parcialmente os termos, incluindo a renúncia ao poder e a libertação de todos os reféns.
A nota do Itamaraty também trata da sugestão de uma autoridade internacional para administrar Gaza no período de transição. O governo brasileiro defende que qualquer Força Internacional de Estabilização “deverá contar com um mandato cuidadosamente desenhado e devidamente aprovado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas”.
Ainda segundo o Ministério, a paz na região só será alcançada com a implementação da chamada solução de dois Estados, dentro das fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital da Palestina. “O Brasil reafirma a convicção de que o único caminho para uma paz justa, estável e duradoura no Oriente Médio passa pela implementação da solução de dois Estados”, destaca a nota.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, já havia se pronunciado positivamente sobre o plano no início da semana, afirmando que ele está alinhado às posições historicamente defendidas pelo Brasil no contexto do conflito entre israelenses e palestinos.
