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23 de novembro de 2025 - 16h33
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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

Israel mata chefe militar do Hezbollah em ataque aéreo no Líbano

Ataque israelense a Beirute deixou cinco mortos e reacende tensão entre Hezbollah e Tel Aviv

23 novembro 2025 - 15h30Associated Press*
Edifício residencial atingido por ataque israelense em Beirute
Edifício residencial atingido por ataque israelense em Beirute - Foto: Ibrahim Amro/AFP

Um bombardeio aéreo lançado por Israel neste domingo (23) atingiu os subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, e matou Haytham Tabtabai, apontado como chefe de gabinete do grupo Hezbollah. A ofensiva, que marca o primeiro ataque à capital libanesa desde junho, também deixou outras quatro pessoas mortas e 25 feridas, segundo informações do Ministério da Saúde libanês.

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A ação militar ocorre quase um ano após o cessar-fogo que encerrou o último conflito direto entre Israel e o Hezbollah e foi interpretada por autoridades libanesas como uma possível escalada de violência na região. O grupo, que ainda não confirmou oficialmente a morte de Tabtabai, é apoiado pelo Irã e mantém forte influência política e militar no sul do Líbano.

Alvo era liderança da elite militar - De acordo com as Forças de Defesa de Israel (FDI), Tabtabai era o comandante da unidade de elite Radwan do Hezbollah e considerado peça-chave nos esforços do grupo para se rearmar e retomar a capacidade militar após os confrontos de 2024. Ele já havia sido listado como terrorista pelos Estados Unidos em 2016, com acusações de comandar operações do Hezbollah na Síria e no Iêmen. O governo norte-americano chegou a oferecer até US$ 5 milhões por informações que levassem à sua localização.

“Continuaremos a agir com força para prevenir qualquer ameaça aos residentes do norte e ao Estado de Israel”, declarou o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, em nota oficial. O governo israelense não divulgou se consultou os Estados Unidos antes do ataque, mas garantiu que a decisão foi tomada de forma autônoma. Não houve emissão de aviso de evacuação prévia à ofensiva.

No local do ataque, no bairro de Haret Hreik, fumaça ainda era visível horas depois da explosão. Moradores registraram imagens do quarto andar de um edifício parcialmente destruído, com multidões cercando a área antes da chegada das equipes de emergência. Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram o momento em que tiros foram disparados para dispersar a população.

Mahmoud Qamati, vice-presidente do conselho político do Hezbollah, afirmou que a liderança do grupo “está estudando a resposta” e que o episódio "abre a porta para uma escalada de ataques em todo o Líbano".

Parlamentares ligados ao Hezbollah criticaram a ação, classificando a região atingida como uma zona civil, “desprovida de qualquer presença militar”.

Reação do governo libanês - O presidente do Líbano, Joseph Aoun, condenou o bombardeio e acusou Israel de violar os termos do cessar-fogo firmado no ano anterior. Em comunicado, pediu à comunidade internacional que intervenha para frear os ataques. “Israel se recusa a cumprir sua parte no acordo. Apelamos por uma resposta forte e imediata da comunidade internacional para proteger o povo libanês”, disse Aoun.

Apesar da ofensiva, o governo israelense afirmou continuar comprometido com os entendimentos prévios firmados com o Líbano. O ataque ocorre poucos dias antes da visita do Papa Leão XIV ao país, marcada como a primeira viagem internacional de seu papado.

Nas últimas semanas, a tensão entre os dois países se agravou, com ataques aéreos israelenses se intensificando sobre o sul do Líbano. Tel Aviv acusa o Hezbollah de reconstruir sua infraestrutura militar, mesmo diante do plano do exército libanês de desarmar o grupo. O governo de Beirute nega que isso esteja ocorrendo.

A morte de Tabtabai reforça a estratégia israelense de enfraquecer o comando do Hezbollah. Ele era visto como sucessor natural de Ibrahim Aqil, morto em setembro de 2024 durante outra ofensiva israelense que eliminou boa parte da alta cúpula do grupo, incluindo seu líder histórico Hassan Nasrallah.

A escalada ocorre em um contexto geopolítico sensível, com interesses iranianos, israelenses e ocidentais em disputa pela estabilidade da região. O impacto da morte de Tabtabai deve ser observado com atenção nos próximos dias, à medida que o Hezbollah define sua resposta.

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