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CORONAVÍRUS

Investigadores da OMS visitam instituto de virologia em Wuhan, na China

Missão, que inclui especialistas de 10 países, coleta dados para entender como o vírus surgiu e se disseminou

3 fevereiro 2021 - 07h39
Seguranças acompanham membros da missão da OMS em visita ao Instituto de Virologia de Wuhan
Seguranças acompanham membros da missão da OMS em visita ao Instituto de Virologia de Wuhan - (Foto: Hector Retamal/AFP)

Investigadores da Organização Mundial de Saúde (OMS) visitaram nesta quarta-feira, 3 (no horário local da China, noite de terça-feira no Brasil) o Instituto de Virologia de Wuhan, centro de pesquisa que, segundo alegações não comprovadas, estaria relacionado à origem do coronavírus. A visita faz parte de uma missão de coleta de dados que busca entender como o vírus surgiu e se disseminou.

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Um dos principais laboratórios de pesquisa de vírus da China, o instituto construiu um arquivo de informações genéticas sobre coronavírus em morcegos após o surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave em 2003. Esse levantamento levou às alegações de que o centro poderia estar ligado ao surto original de Covid-19 em Wuhan, iniciado no final de 2019.

A China negou veementemente a possibilidade. O país promoveu teorias de que o vírus pode ter se originado em outro lugar ou ter vindo do exterior através da importação de frutos do mar congelados, uma hipótese rejeitada por cientistas e agências internacionais.

A vice-diretora do instituto é Shi Zhengli, uma virologista que trabalhou com Peter Daszak, zoólogo na missão da equipe da OMS, para rastrear as origens da SARS que se originou na China e levou ao surto de 2003. Ela se empenhou em derrubar as teorias defendidas pelo ex-presidente dos EUA Donald Trump de que o vírus seria uma arma biológica ou um "vazamento de laboratório" do instituto.

Após duas semanas em quarentena, a equipe da OMS, que inclui especialistas de dez países, visitou hospitais, institutos de pesquisa e um mercado tradicional vinculado a muitos dos primeiros casos de covid-19 em Wuhan. A visita ocorreu após meses de negociações, enquanto a China busca manter um controle rígido sobre as informações sobre o surto e a investigação de suas origens, possivelmente para evitar a culpa por supostos erros em sua resposta inicial.

A confirmação das origens do vírus pode levar anos. Uma das possibilidades é que um caçador de animais selvagens tenha passado o vírus a comerciantes que o levaram para Wuhan.

Os primeiros "clusters" de covid-19 foram detectados em Wuhan no final de 2019, levando o governo a colocar a cidade de 11 milhões de habitantes sob estrito bloqueio por 76 dias. Desde então, a China relatou mais de 89 mil casos e 4.600 mortes. (Fonte: Associated Press).

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