As investigações sobre os casos de intoxicação por metanol no Brasil seguem em ritmo acelerado, com a mobilização de autoridades estaduais e federais para conter a circulação de bebidas alcoólicas adulteradas. O número de notificações vem crescendo desde o primeiro registro em São Paulo, e já há casos sendo apurados em outros 13 Estados.
A substância, usada como matéria-prima para combustíveis e solventes, é altamente tóxica e imprópria para consumo humano. Quando ingerida, pode causar cegueira, danos neurológicos irreversíveis e até a morte.
Ações em São Paulo - Com o maior número de registros, o governo paulista criou, no dia 30 de setembro, um gabinete de crise para coordenar as ações contra a contaminação por metanol. A força-tarefa reúne as secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça, com o objetivo de intensificar as fiscalizações em estabelecimentos suspeitos e a apreensão de produtos falsificados.
De janeiro até agora, 30 pessoas foram presas por envolvimento com falsificação de bebidas, sendo oito apenas na última semana. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) determinou que as empresas flagradas vendendo bebidas adulteradas ou sem nota fiscal tenham suas inscrições estaduais suspensas de forma cautelar.
Somente nos últimos dias, 10 estabelecimentos nas cidades de São Paulo, São Bernardo, Osasco e Barueri foram interditados, e cerca de 4.500 garrafas foram apreendidas.
Ações nacionais e balanço de casos - O Ministério da Saúde confirmou 225 notificações de intoxicação por metanol em todo o país, de acordo com dados atualizados no domingo (5). Desses, 16 casos foram confirmados, enquanto 209 seguem sob investigação.
Os casos estão distribuídos em 13 Estados e no Distrito Federal: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Paraná, Rondônia, São Paulo, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará. Na Bahia e no Espírito Santo, as suspeitas foram descartadas.
Os primeiros casos surgiram após o consumo de bebidas destiladas adulteradas, como gim, vodca e uísque. A Polícia Federal também abriu inquérito para investigar a origem das bebidas e identificar os responsáveis pela falsificação.
Na quinta-feira (2), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou a criação de uma sala de situação nacional para monitorar os casos e coordenar as ações de resposta. O governo federal também iniciou a distribuição de etanol farmacêutico, antídoto usado no tratamento da intoxicação, para reforçar os estoques dos Estados que solicitaram o produto.
Situação em São Paulo - O Estado de São Paulo concentra a maior parte dos casos — 14 confirmados e 178 sob investigação — além dos dois óbitos registrados até o momento.
A primeira morte ocorreu em 15 de setembro, de um homem de 54 anos, e a segunda foi confirmada no sábado (4), envolvendo um homem de 46 anos, ambos moradores da capital paulista.
O governo estadual orienta a população a procurar atendimento médico imediato em casos de sintomas após o consumo de bebidas alcoólicas.
Sintomas e tratamento - Os principais sinais de alerta da intoxicação por metanol incluem:
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Dores abdominais intensas
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Tontura
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Confusão mental
O atendimento deve ocorrer em até seis horas após o início dos sintomas, tempo considerado crucial para evitar sequelas graves ou fatais.
Como denunciar - Denúncias sobre bebidas suspeitas podem ser feitas pelos seguintes canais:
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Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil de São Paulo
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Procon-SP: Disque 151 ou pelo site oficial
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Anvisa: telefone 0800 642 9782, disponível para esclarecer dúvidas sobre produtos e intoxicações
As autoridades reforçam a importância de não consumir bebidas sem procedência e sempre verificar se o produto possui rótulo original, lacre intacto e nota fiscal.
Enquanto as investigações avançam, o alerta à população permanece: o consumo de álcool falsificado é um risco real à vida.
