
A empresa sul-coreana Innospace divulgou novos detalhes sobre o lançamento malsucedido do foguete Hanbit-Nano, ocorrido no dia 22, na Base de Alcântara, no Maranhão. Em comunicado publicado no site oficial na segunda-feira, 29, a companhia informou que o veículo perdeu comunicação com o solo ao atravessar uma camada de nuvens e, em seguida, se fragmentou antes de atingir o chão.
Segundo a Innospace, o foguete realizou um voo ascendente considerado normal durante cerca de 30 segundos. Logo após cruzar a camada de nuvens, no entanto, houve a interrupção do contato com a base de controle. Na sequência, por causas ainda não esclarecidas, o Hanbit-Nano sofreu danos estruturais, se partiu em três ou quatro partes e caiu dentro da área de segurança terrestre, onde houve a explosão.
A empresa confirmou ainda a perda de empuxo do primeiro estágio do foguete, o que resultou na queda livre do veículo. “Com base nas imagens de vídeo e nos dados básicos obtidos até o momento, o veículo realizou um voo ascendente normal por cerca de 30 segundos, mas a comunicação entre o veículo e o solo foi perdida ao atravessar a camada de nuvens. Em seguida, o veículo sofreu danos de causa desconhecida e se fragmentou”, informou a companhia em nota.
O lançamento tinha como objetivo colocar cargas úteis em órbita e marcaria o primeiro voo comercial de um foguete a partir do território brasileiro. Após o acidente, o CEO da Innospace, Kim Soo-jong, chegou a enviar uma carta aos acionistas lamentando o insucesso da missão.
A empresa informou que iniciou uma análise preliminar interna para identificar as possíveis causas da falha. A apuração definitiva, porém, ficará a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira responsável pela investigação. Destroços do Hanbit-Nano já foram localizados e recolhidos para subsidiar os trabalhos técnicos.
Apesar do resultado negativo, Kim Soo-jong afirmou que a missão permitiu avanços do ponto de vista operacional. Em comunicado, o executivo pediu desculpas aos clientes que haviam contratado o serviço de lançamento, mas destacou que o voo possibilitou a coleta de dados importantes. Segundo ele, a empresa pretende utilizar essas informações para aprimorar seus sistemas e aumentar a confiabilidade de futuras missões.
A Innospace também avaliou que o lançamento permitiu obter dados relevantes sobre a decolagem, o comportamento do foguete em voo e o monitoramento a partir do solo. A companhia informou que seguirá com procedimentos adicionais de verificação técnica com base nessas informações.
Ainda não há previsão para uma nova tentativa de lançamento comercial. A empresa confirmou que possui uma vaga reservada no Centro Espacial de Alcântara para 2026, mas afirmou que qualquer definição de cronograma dependerá da conclusão das investigações conduzidas pelo Cenipa e da adoção de medidas corretivas.

