
Indispensáveis para fornecer a eletricidade, telefonia e internet, os cabos de transmissão também trazem transtornos à cidade. O emaranhado de fios polui o visual de ruas e avenidas e pode, quando mal instalado, comprometer a segurança do trânsito e dos cidadãos. Para tentar amenizar esse impacto, iniciativas isoladas de proprietários de imóveis se somam às ações realizadas pela prefeitura para a ampliação da rede subterrânea.

Um exemplo foi a ação adotada no projeto do novo restaurante Taisho, no Rebouças. Os cabos que fazem a ligação da energia da rede da Copel até a entrada do empreendimento foram enterrados, eliminando a fiação perpendicular que ficaria suspensa sobre a calçada e limpando a fachada do restaurante.
Raul Rapcinski, engenheiro civil e proprietário da Construtora Rapcinski, que executou a obra, conta que ideia surgiu quando eles precisaram solicitar à Copel a relocação de um poste, que estava instalado em frente ao futuro estacionamento do restaurante.“Tínhamos um projeto aprovado na Copel no qual constava que iríamos enterrar a fiação, descrevendo a bitola dos dutos e dos canos”, lembra.
Tornar subterrânea a fiação que sai da rede para o imóvel não demanda grande esforço operacional, mas implica um custo entre 30% e 40% mais caro do que a instalação aérea tradicional devido aos gastos com dutos, isolamento duplo e tamanho da bitola dos cabos, detalha Rapcinski. “Há vários casos de empreendimentos que optaram por esta solução, como o Shopping Mueller. É uma questão de o cliente querer arcar com os custos, cujo retorno viabiliza o investimento no longo prazo”, acrescenta o engenheiro.
Benefícios
A despoluição visual é um dos principais benefícios que a fiação subterrânea poderia trazer para a cidade, caso fosse utilizada em larga escala. Além de melhorar o aspecto visual das fachadas dos empreendimentos públicos, privados e dos edifícios históricos, a medida seria excelente para a qualidade do desenho urbano da cidade, afirma o arquiteto Rodrigo Freire, sócio-proprietário da Proa Arquitetura Integrada, que assina o projeto do novo Taisho. Outro aspecto, segundo Freire, é o aumento da segurança, já que o cabeamento subterrâneo reduz a ocorrência de acidentes envolvendo a rede elétrica.
Legislação
Em dezembro de 2014, os vereadores aprovaram em segunda votação na Câmara de Curitiba um projeto de Lei que prevê a substituição gradativa do cabeamento aéreo pela rede subterrânea na capital num prazo de seis anos. O projeto está sendo analisado pelas secretarias relacionadas ao tema e aguarda a sanção do prefeito Gustavo Fruet.
