A indústria de Mato Grosso do Sul criou 8.103 postos de trabalho com carteira assinada entre janeiro e maio de 2025, o que representa 39% do total de empregos formais gerados no estado no período. Os dados são do Observatório da Indústria da Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul), que aponta a força do setor na movimentação do mercado de trabalho estadual.
Segundo o levantamento, os segmentos que mais contribuíram para o saldo positivo foram a construção de edifícios (+2.362 vagas), o abate de bovinos (+1.081), o abate de suínos (+899), a fabricação de álcool (+691), além das obras de terraplanagem (+436), produção de celulose (+382), construção de rodovias (+300), montagem de estruturas metálicas (+231) e fabricação de pré-moldados de concreto (+185).
Campo Grande e Inocência lideram geração de empregos - Entre os municípios com maior número de contratações na indústria, Campo Grande aparece na liderança com um saldo positivo de 1.729 vagas. Em segundo lugar está Inocência, com 1.393 novos postos, seguida por Dourados (+756), São Gabriel do Oeste (+464), Aparecida do Taboado (+361) e Rio Verde de Mato Grosso (+302). Outros municípios que também se destacaram na geração de empregos foram Naviraí (+299), Nova Alvorada do Sul (+267), Ribas do Rio Pardo (+262), Nova Andradina (+220), Batayporã (+196), Anastácio (+172), Três Lagoas (+168), Mundo Novo (+166) e Rochedo (+149).
Indústria de transformação é o setor com maior contingente - Com os resultados dos primeiros cinco meses do ano, o setor industrial fechou maio com mais de 166 mil trabalhadores com carteira assinada. Desse total, a maior parte está na indústria de transformação, com 120,8 mil pessoas empregadas. A indústria da construção vem em seguida, com 32,9 mil trabalhadores formais, seguida pelos serviços industriais (8,4 mil) e pela indústria extrativa mineral (4,6 mil).
Para o economista-chefe da Fiems, Ezequiel Resende, os dados confirmam o protagonismo da indústria na economia estadual. “Dessa forma, o setor industrial encerrou o mês de maio com um contingente total superior a 166 mil trabalhadores formais diretamente empregados”, destacou.
Construção civil e agroindústria seguem como motores do emprego - A força da construção civil é evidente no cenário atual. Com destaque para a construção de edifícios e obras de infraestrutura como rodovias e terraplanagem, esse segmento sozinho foi responsável por cerca de 3.000 vagas, somando os diversos subgrupos.
A agroindústria também se manteve como um dos motores da economia estadual. O processamento de carne bovina e suína continua em expansão e contribuiu com quase 2 mil vagas no total. O setor sucroenergético também ganhou destaque com a produção de álcool, impulsionada pelo crescimento da demanda nacional e pelas exportações.
Interior tem papel decisivo na geração de empregos - Outro aspecto relevante do levantamento da Fiems é a forte participação dos municípios do interior na geração de emprego industrial. Enquanto Campo Grande segue como o principal polo, cidades como Inocência e Dourados mostram a interiorização da industrialização sul-mato-grossense.
A ampliação de unidades industriais, a chegada de novos empreendimentos e a qualificação da mão de obra local têm favorecido esse movimento, tornando o interior cada vez mais atrativo para investimentos.
Crescimento sustentável e novas oportunidades - Os números positivos também reforçam o cenário de crescimento sustentável na economia do estado. De acordo com Ezequiel Resende, “a consolidação da indústria como um dos principais vetores de geração de empregos mostra que os investimentos realizados nos últimos anos estão se traduzindo em oportunidades reais para a população”.
Além disso, o bom momento da indústria deve estimular novos investimentos em infraestrutura, logística e capacitação de mão de obra, criando um ciclo virtuoso para o desenvolvimento de Mato Grosso do Sul.
Projeções para o segundo semestre - Com base no desempenho do primeiro semestre, a expectativa é de que a indústria continue puxando a geração de empregos no estado ao longo de 2025. A safra agrícola, o crescimento das exportações e a retomada de grandes obras públicas e privadas podem ampliar ainda mais o impacto do setor na economia regional.
A Fiems aposta também no fortalecimento de programas de qualificação profissional, em parceria com o Senai e outras entidades, como estratégia para atender à crescente demanda por mão de obra especializada.
