O número de domicílios alugados em Mato Grosso do Sul aumentou 54,3% entre 2016 e 2024, segundo dados da PNAD Contínua: Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a pesquisa, o total de residências alugadas no Estado passou de 175 mil em 2016 para 270 mil neste ano, representando agora 26,4% dos domicílios particulares permanentes. O crescimento expressivo reflete uma das maiores variações da última década e altera o perfil habitacional da população sul-mato-grossense.
Em contrapartida, a proporção de imóveis próprios já pagos apresentou queda significativa no mesmo período. Em 2016, 59,4% dos domicílios se enquadravam nessa categoria. Em 2024, esse número caiu para 51,6%, embora ainda represente a maioria. As residências financiadas (próprias, ainda em pagamento) representam 9,8%, e os imóveis cedidos, 11,8% — estes últimos registrando a maior redução proporcional no último ano, com menos 16 mil casos em relação a 2023.
A tendência acompanha transformações nos arranjos domiciliares e demográficos. O aumento no número de pessoas que vivem sozinhas — que subiu 28,9% desde 2012 — e a redução da proporção de domicílios nucleares também contribuem para o crescimento da demanda por imóveis de locação.
Segundo analistas, o cenário reflete mudanças nos hábitos de consumo e mobilidade da população, aliadas à maior dificuldade de acesso ao crédito imobiliário, sobretudo em contextos de juros elevados. Ao mesmo tempo, a locação passa a ser vista como alternativa mais flexível e acessível, principalmente para jovens adultos e idosos que vivem sozinhos.
Com a locação representando mais de um quarto dos arranjos habitacionais em Mato Grosso do Sul, o mercado imobiliário tende a responder com aumento na oferta de imóveis voltados ao aluguel, ajustes nos contratos e possível pressão nos preços, dependendo da demanda regional.
