
Saiba Mais
- NACIONAL
Justiça de SP obriga Google a revelar autor de ameaça de morte contra youtuber Felca
- ADUTIZAÇÃO
Felca fala sobre vídeo de 'adultização' e denúncias no Altas Horas
- VARIEDADES
"Altas Horas" de hoje traz Felca e Paolla Oliveira como convidados
- INVESTIGAÇÃO
Hytalo Santos e Euro seguem presos após audiência de custódia
Novos depoimentos colhidos pelo Ministério Público do Trabalho da Paraíba e pela Polícia Civil revelaram detalhes sobre a rotina de adolescentes que conviviam com o influenciador Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente. O casal foi preso em São Paulo, na sexta-feira (15), acusado de tráfico de pessoas e exploração sexual de menores.

Segundo reportagem exibida pelo Fantástico, da TV Globo, neste domingo (17), ex-funcionários afirmaram, sob anonimato, que os jovens eram tratados como propriedade do influenciador, que decidia quando podiam se alimentar, dormir e até usar o celular.
— “Presenciei muita festa, bebida, e a bebida era à vontade para todo mundo. Todos bebiam, sem restrição”, contou um dos ex-colaboradores.
Outro depoente relatou que Hytalo produzia vídeos para as redes em que crianças apareciam indo para a escola, mas, após as gravações, não frequentavam as aulas. — “Se precisasse de algum deles para gravar, iam simplesmente buscar a criança”, afirmou.
Estratégia de controle e manipulação
De acordo com o Ministério Público, o influenciador oferecia cerca de três salários mínimos às famílias dos adolescentes para abrigá-los em sua casa. Lá, eram chamados de “crias”. Para manter controle total, os celulares dos jovens eram recolhidos, permitindo que apenas o perfil de Hytalo fizesse postagens, concentrando assim toda a audiência e receita em suas páginas.
As investigações também apontam que os adolescentes eram expostos em conteúdos sexualizados, muitas vezes seminus e consumindo bebidas alcoólicas em festas promovidas pelo casal.
O que diz a lei
O Código Penal brasileiro considera tráfico de pessoas quando há aliciamento, compra ou acolhimento de vítimas para fins como exploração sexual, adoção ilegal, remoção de órgãos, servidão ou trabalho análogo à escravidão.
A defesa de Hytalo e Israel Nata Vicente afirma que ambos são inocentes, que sempre se colocaram à disposição das autoridades e classificam a prisão como uma medida “extrema”.
Denúncia que ampliou o debate
O caso ganhou ainda mais repercussão após o youtuber Felca, que soma mais de 17 milhões de seguidores no Instagram, publicar no último dia 6 um vídeo denunciando a crescente sexualização de crianças e adolescentes nas redes sociais.
O material de 50 minutos, que já ultrapassa 43 milhões de visualizações, mostrou como o algoritmo das plataformas pode favorecer a disseminação desse tipo de conteúdo. Felca também entrevistou uma psicóloga para alertar sobre os riscos da exposição precoce de menores na internet.
As denúncias impulsionaram discussões entre parlamentares e autoridades, que agora prometem acelerar propostas de regulamentação das redes sociais no Brasil.
